quinta-feira, 11 de março de 2010

Sorri

"Vai mentindo a tua dor
e ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz"  Djavan

Acho que não, que não digo isso pra todos. De certa forma, o talvez e as lembranças. Ou as mesma do talvez. E não necessariamente com esse mesmo objetivo, a falta. Eu repito, te disse a verdade.
Sorri quando deveria ter gritado, iludi pensamentos com devaneios que não havia provado antes. Me alterei e sorri. O desespero e o novo me encaravam de frente. Talvez o choque. A cultura. Talvez o nada. Olhar no espelho e me ver de costas. Como aquela sombra do que eramos ontem.
Matei o ontem.
Entre o antes e o amanha, escolhi viver o hoje. Tão presente, novo, cheio das reflexões de outrora...
Quisera eu caminhar sem esperar. A busca frequente da paz. Vontade de voar como nos sonhos de infância, que hoje ja não existem mais. Sinto falta do eu de ontem. Acho que poderia ter feito melhor. Talvez o eu de hoje pudera ajudar.
Tão bom seria se as coisas fossem ao contrario: A desilusão e depois o amor. O odio, depois o opio. A dor e o silêncio. Assim como o fogo e o carvão. Aquela gente toda, com aquelas tantas gargalhadas em meio aquele palco adormecido. Quisera eu me permitir entre os braços do vento à caminho do sol. O que resta quando não se ha mais nada à volta se não o melhor do que poderia haver, o encontro dos tres tempos, o que fui, o que sou e que poderei ser.
Olhei para o sol, aquele que não via ha tempo, fiz de mim e senti o corpo arder. Ele ardia pelos encontros perdidos e pelos momentos em que sorri. Os raios do sol contornavam a minha sombra umida e percebi pela primeira vez, que a cada passo que dava me tornava ainda maior. Cheguei a ficar tão grande que o ser de cinco minutos atras deixou finalmente de existir.