tag:blogger.com,1999:blog-82156328620156960022024-03-13T19:04:10.488-03:00"...pequenos trapos...""Parfois, la vie exige un changement. Une transition.
Comme les saisons. On a eu un printemps merveilleux, mais l'été est fini et nous avons manqué l'automne. Tout d'un coup, il fait froid, si froid que tout se met à geler. Notre amour s'est endormi, et la neige l'a pris par surprise. Et si tu t'endors dans la neige, tu ne sens pas la mort venir."Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.comBlogger122125tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-33887079042024477752014-01-07T14:54:00.000-02:002014-01-07T14:54:07.460-02:00Outro ponto<div class="MsoNormal">
Morremos nós a todo instante. A todo instante, renasce nós.
É essencial que se morra para que se crie.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Morremos ao acordar, acordamos ao morrer. A morte é um
ponto. Eu sou um ponto. Você é um ponto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Você é o começo, começo de um novo ponto. No ponto
instaura-se a morte, o começo, e a morte, outra vez.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Morre-se quando se está preso. A prisão é a morte. A prisão
é a morte. Morre-se quando se está livre, quando se é livre. A liberdade é a
prisão, e a prisão, é a morte. E do contrário, não há maneira de se ser o
oposto. Ser o oposto, é morrer, é a escolha.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Escolher é a morte do que poderia ter sido. Nós vivemos de
morte, onde o corpo é o inimigo mais ativo. Morre-se, constantemente. A morte é
precisa onde se é preciso morrer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A morte é o início da vida, a coroa da moeda.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Morre um ano para nascer outro. É necessário morrer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O cabelo morre para dar vida a outro e ao outro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Morre-se em todos os sentidos. Morre-se a epiderme, morrem-se
as unhas, morrem-se os suores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O sal representa melhor do que nada a morte. A morte é a
representação do sal em resposta ao corpo, que morre.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Morre-se quando se diz não. Morre-se quando se está de
acordo. É a morte do não que faz com que a morte seja o presente, presente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O sufoco é a morte. O lugar é o sufoco. O lugar sufoca.
Morre-se a cada palavra. Morre-se a cada gesto meu aqui, morre-se, por outro
gesto meu, que aguarda e morre-se. O sufoco é a morte do calafrio, assim como o
calafrio é a morte que passa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Há gente que se morre sem motivos. Há motivos em que a morte
é a saída, a morte é a morte, que morre. A morte é a solução, a saída é
morrer-se. A saída do novo, do novo sujeito oculto. A morte é o imprevisto e
por imprevisto morre-se.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Por improviso morre-se. Por impulso morre-se. Há a
representação da morte até pelo gole de uísque. O liquido morre. O copo morre.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Morre-se de amor, Ama-se morrendo. E ainda morrendo, ama-se.
Morre-se amando, porque amar é morrer. A escolha é a morte, mas a morte não é a
escolha. Morre-se ao acordar, morre-se o
sono, porque também se morre dormindo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Morre-se, a todo instante. E a todo instante, morre-se.
Morre-se ao se dizer sim, morre-se ao dizer-se sim. A morte é o não. A morte
não é escolha.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Assim, morre-se.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Morre-se, assim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A brisa que passou é brisa morta. Morreu-se antes mesmo da
ultima corrida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Morre-se antes da ultima, do ultimo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Morre-se.<o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-53640493792350603392012-11-28T13:38:00.001-02:002012-11-28T13:38:53.893-02:00Car wheels on a gravel road
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Estava ele,
naquele banco, repleto de verde, não nos bancos. O verde, afirma-se
concretamente na presença da lua, sem atentar a poesia que lhes cabe.
Cabisbaixo, passivo de se arrancar um sorriso ou outro, ou ainda, o desalento. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Eram reais,
talvez da forma em que se despiam os olhos. De como ele o despia com os olhos,
pra ser mais exato. Preso entre as descobertas interrompidas e o sorriso esguio,
em que se sente vontade de beijar. Apertou-o contra o peito de forma a
ostentar-se ali. E por ali permaneceu. Talvez amanhã, quem sabe? De repente, da
forma como se começou, termine.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Fechou, ou
fecharam os olhos, pouco tempo depois, pra sentir, o que talvez gostassem que
fosse uma constante.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Sentia um misto
entre dor e sobriedade. Ouvia os gritos de seu corpo, que embora, permanecia em
silêncio. Aquilo que antes era leveza tornou-se pesado demais pra desvendar por
aqueles lábios, cujo sorriso sobressaia-se, indiscutivelmente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Esquivou-se
pouco mais a fim de disfarçar o atrito entre seus dentes. Aumentou o som, como
de costume, na espera de um pouco mais de silêncio. Forjava-se de delírios por
distrair-se pouco mais sobre o vago que o tempo lhe causara. Era saudade
antecipada ou apenas delírios do que haveria por estar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Despiu-se do
resto que lhe cabia na palma das mãos. Tentativa brusca de arrancar com as
unhas, o exato perfeito em que ousaram naqueles instantes. Sentiu vontade de
entrar naquele corpo, de forma a habitá-lo completamente. Cessou as lágrimas
que não, não desceram.</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-71914143995357318992012-11-22T09:46:00.003-02:002012-11-22T09:46:58.432-02:00Antes do começo
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span><span lang="PT-BR">Não o tocou nos lábios. Era distinta sua forma de estar. Às vezes
colocava seu punho diante do peito. Outrora, cegava com o olhar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Estava entorpecido com cheiro, gosto, essência. Mas não. Não o pôde
tocar entre os braços. Teve-o entre o aperto e o peito. Entre o que ele e o
outro não viam, de fato.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Deslizou pouco mais as mãos na parte superior de suas ancas. Pele
doce, rústica e intensa. Pele essa na qual se perderiam noites a tentar se
deixar. E desvendar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Escreveu entre meio um sorriso e outro. No exato inalterado do seu
olhar, seguidos de perguntas e quimeras. Sem. Sem respostas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Eram distintos na forma de falar. Na forma de andar. Das mais
diversas formas, eram contundentes, entretanto. E sim. Eram. Eram felizes. Com toda
redundância poética que lhes cabia, então.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Apertou o cinto sem a companhia extasiada da música entorpecente.
Deslizava pelas ruas, como quando em seu corpo. Indagando curvas. Sentindo cada
fragmento. A cada um deles...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; tab-stops: 357.1pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></div>
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-46139723667272591372012-08-26T13:43:00.000-03:002012-08-26T13:43:01.415-03:00Projeções<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="color: #00000a;">Livrou-se dos
sonhos que o perturbaram por grande parte de tempo antes de ostentar-se a pegar
no sono. Já lidava com essas indagações sem quimeras. Fazia-se do seu tempo e nele
vivia, ostentava qualquer gesto sutil que ousara criar.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="color: #00000a;">Já se entendia com
a segunda xícara de café quando ousou abrir a janela. Num tom breve e direto
notou que o cinza da parede onde não batia o sol, tinha-se tomado conta por
mudas e sementes, e que, agora, mais um ambiente fora criado. Decidiu aguar as
plantas antes mesmo de que os primeiros raios de sol as tocassem. Dessa vez
teve tempo de mesclar em seus olhos as cores que por ali se compuseram, transformava-se
em algo melhor do que o antes, embora ainda não tivesse a sabedoria necessária pra
saber em que momento de sua vida se encontrava.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="color: #00000a;">Tentou ousar-se
do silêncio. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="color: #00000a;">Fora
interrompido diversas vezes pelas vozes que lhe diziam o que fazer. Optou por
lembrar-se dos abraços, da forma como eles entrelaçavam-se na altura dos pés.
Ousou ser mais do que o ontem e como num suspiro, sentiu por segundos que era
de amor que aquilo tudo tratava.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="color: #00000a;">O medo sempre
foi uma constante para ambas das partes. O novo talvez fosse o maior de seus
problemas, o deslumbramento e a espera, cada um com sua parcela de dor.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="color: #00000a;">Consolou-se com
as lembranças dos toques nas mãos na noite em que eram iluminados pela metade
da lua que podiam ver a olho nu. Tiveram conversas e devaneios entre um trago e
outro. O ar e a cumplicidade os fizeram sonhar por diversas vezes, e, por
diversas vezes entreolharam-se buscando no outro, o sustento de um amanha sem
data precisa pra acontecer. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="color: #00000a;">Tinham em comum
o amor. Esse era o ponto de equilíbrio. Essa era a maneira em que eles ousaram
se fixar. Naquela noite, se amaram como em nenhuma outra antes. Uma mistura de
desejo e sobriedade os fizeram flutuar entre os paradigmas impostos por todos
os lados, e, mesmo sabendo que as coisas não seriam fáceis, resolveram-se,
ainda com os lábios cerrados, aquilo que valeria a pena.</span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-24698214765119891272012-05-29T14:47:00.001-03:002012-05-29T14:47:37.510-03:00Ao redor de si.<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eram ocas as palavras que saiam
dela. D’uma secura, que de tão intensa sangrava pelas laterais dos lábios.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não sentia frio. Nem calor, permeada
pelas roupas quentes que a embrulhava. O inverno se anunciava por dentro dela.
Sentia o sal adocicado dissolver por debaixo da língua. Convencia-se. Cada nova
angustia do amanha serviria como aprendizado. E assim iludia-se de Ser.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Trocou a roupa da cama. Cama intacta
desde o dia em que partira. A poeira instalava-se por suas narinas e cantos
esquecidos da mobília talhada, inacabada. Sentia algo que se escondia por detrás
da tinta da parede. Arranhava-a com as unhas quentes.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não havia chuva pra sair por aí. Por
aqui ficou, enclausurada de si. Faziam com que as lagrimas que a ardiam nos
olhos fosse o eterno do amanhã, que não pôde presenciar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sentia a penumbra por sentir-se
viva. Via pelo reflexo do espelho a maquiagem que sorria pra ela. Eram sombras
latentes do que se havia perdido. Apagou as luzes e seus olhos não mais
brilharam naquele instante. Apagou-se uma estrela da constelação que criara
outrora. Sorria as angustias dos sabores nunca entorpecidos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eram fragmentos de que de fato as
coisas seriam diferentes a partir d’ali. Sentou-se em seu próprio colo e
acariciou-se nos cabelos. Fez longas promessas que sentia o franzir do tempo em
sua pele. A velha que passava pela rua, totalmente fora do contexto, também lhe
franziu a testa.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>As grades das janelas não permitia
que se esticassem os braços pra colher a flor. Sentia de longe o perfume.
Embora intocável. Beleza intocada. Reflexo do amor que sentia sem maiores
rumores de pele. De repente, nostalgia de se buscar não se sabe o que. O único concreto
– do amor que sabia que sentira.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Fazia-se promessas
cruas, exalada do vinho que não ousara tocar. Não naquela noite. Enquanto se
esquivava nas delongas horas que ousara esperar pelo amanhã.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Escrevia. Apagava.
Escrevia. Apagava. Talvez a velha entende-se mais do que a si – do que de fato
sentia-Se. Eram largas ruas com guias amarelas que nunca pôde observar. Tinha
os olhos ofuscados por reflexos de devaneios de não se sabe bem ao certo se que
se...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vai, sem ao certo
saber pra onde. Levava consigo anseios, balburdias e cigarros emparelhados. Do
papel reciclado – dos lápis de cor cinza todos esmagados. Pensou nas melhores
literaturas já goela abaixo digerida. Poderia sentir o cheiro de carne podre.
Sentia-se a si. Do vinho oxidado e dos controles espalhados pela casa.</span></div>
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-50653142407762948662012-04-30T14:52:00.003-03:002012-04-30T15:03:52.418-03:00Sujeito Oculto<span style="text-align: justify;">Estava ótimo ontem. Deveria ter morrido ontem.</span><br />
<div style="text-align: justify;">
"Não morreu. Estava vivo quando sentiu o hálito quente pela manhã."</div>
<div style="text-align: justify;">
Entre tantos os furores que se passavam por dentro de si. Afagou-se de tragédia. E dela ostentou-se até sentir-se ao avesso do que se passava, de fato. Sentia a ponta dos dedos, os carregava até os olhos. De fato. Ileso ao que se passava. "E vivo. Estava vivo."</div>
<div style="text-align: justify;">
"Olhava. Não reconhecia o cômodo à sua volta. Não reconhecia as roupas que usava. Nem mesmo o rosto no porta-retratos."</div>
<div style="text-align: justify;">
Eram fotografias fora de foco, como as do texto passado. Estavam todas borradas. Sujas do batom da historia da puta. Faltou-lhe o incenso. A fim de botar fogo na casa. Como talvez ostentasse Lispector.</div>
<div style="text-align: justify;">
Histórias remotas lhes passavam à cabeça. Do perfume que não ousara usar. Do outro que exageradamente lhe tapava as narinas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Segurava as vertentes dos olhos vermelhos, fora de foco. As cores paralelas se perdiam entre si. Abismo em que criara para seu próprio refúgio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não sabia mais viver sem suas drogas. Elas gritavam dentro de si. O mundo girava. Toda mobília descomposta e os livros espalhados pelo chão. A citação perfeita fragmentada pela ânsia da produção.</div>
<div style="text-align: justify;">
Levantou-se e despiu-se frente ao espelho. Sentia frio. Flashes de inverno em meio à tanta neblina. </div>
<div style="text-align: justify;">
"Seu corpo estava coberto de manchas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Manchas roxas, amarelas. Não lembrava como, quando, por quem."</div>
<div style="text-align: justify;">
As manchas lhe davam náuseas de algo que sua mente não conseguia resgatar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sentia frio na espinha. Sentia cada vértebra que gritava por seus álibis. Era perfeita a forma de como entregava o corpo ao vento. Decompondo-se nas notas mais doces. Eram anseios da melhor nota conquista. Onde parábolas faziam girar no canto obstruído de qualquer luz.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vomitava sob seu corpo de forma a lavar o que se sentia. </div>
<div style="text-align: justify;">
A música passava por cada vértebra. Era silêncio entre meios aos gritos. Esperança era o que arrancava com os dedos. </div>
<div style="text-align: justify;">
Mastigado por seus pensamentos acéfalos, perdidos dos fragmentos daquele silêncio obstruído. </div>
<div style="text-align: justify;">
Estava ali, perdido. Singular. Caminhava cada um dentro da sua solidão latente. Não havia espaço para dor, ressentimento. De carnificina é de que se era composto.</div>
<div style="text-align: justify;">
"Mas a noite era larga e oca." Ou oca e larga. "Nem um sopro movia as persianas do quarto."</div>
<div style="text-align: justify;">
"Deitou-se no chão frio. Encarando o teto."</div>
<div style="text-align: justify;">
Ouviu gritos que saiam de si. Ultrapassava os olhos, juntou seus joelhos frente ao rosto na tentativa de fugir dessa bipolaridade. Fechou os olhos, no mais forte que pode. Apertou os punhos e sentiu dor física latente. O chão estava frio demais para aquelas vértebras, que estavam a caminho de pó. </div>
<div style="text-align: justify;">
Sentia. Sentia. O corpo gritando seu silêncio. Sem espaço para fuga. O Desespero.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aumentou os decibéis a fim de ocultar seus próprios gritos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Girava seu rosto pra sentir o vento fantasioso balançar os fios interrompidos pelo crescimento. Sentia o amargo descendo garganta abaixo. No avesso, navegava aquele profundo sentido daquilo que se permite ser.<br />
<br />
MARCHIOLI, Gabriel. RIBEIRO, Damaris. <b>Sujeito Oculto</b>, 2012.</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-37127379890049019972012-04-20T15:20:00.004-03:002012-04-20T15:21:58.178-03:00Fora de foco<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">E de repente as coisas não saem conforme o esboço. O deslize está em acreditar que poderia ser diferente, ou na falência dos planos do outro que se distinguem dos seus.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Como reflexos distorcidos àquilo que enaltece. Furor daquilo que se prega, se opondo àquilo que se pode ou que deveria sentir, ou o oposto desses opostos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Reflexão ou estado de paciência, onde cada um sente de forma distinta, de forma que quando o espelho rebate é sentido da mesma frequência. Hipócrita na forma de pensar, o que é hostil ao que se vive.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Já não sabe até onde pode ir com esse anseio que tem em mãos, onde os valores não são vistos de forma homogênea e o estado de espírito rebate àquilo que involuntariamente julga como o abismo dos detalhes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Rejeição na junção dos órgãos, onde a incompatibilidade o faz pensar em saber lidar com o abismo que existe na separação de onde se começa e termina o outro. Devaneios de saber como lidar com o que existe do outro dentro de si.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Não é mais uma simples divergência de fatos. Opostos ao prisma que brilha demasiadamente e o faz cegar para os verdadeiros sentidos do que se vê, ou acredita, ou do que assente o outro. Os fatos permutam de maneira inexata e corriqueira onde relevar pode ser mais agressivo do que lidar com esse reflexo, de fato.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">E pronto, um pequeno disparate seguido de outro faz arrancar dos olhos os anseios da cena seguinte. O sol se pondo no meio do dia e a qualidade da imagem em decadência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">O som incidindo aos olhos, numa ardência irreparável. Olhos que dizem mais daquilo que sentimos que as próprias palavras. Que em sua conjugação imperfeita é seguida de dores latentes. Nó na garganta e a falta de ar são o que o sufoca agora. Despeito, descaso ou ciúmes? Pouco importa, já não tem mais sol para corrigir as imperfeições e a noite o faz apagar a imagem que só pode ser sentida se vista por dentro. E de lá de dentro o corpo se virando no avesso pra digerir quão compassivo pode se tornar o outro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Deparou-se com as pontas dos dedos brincando com um fio de cabelo que encontrou entre as teclas. Os dedos poderiam ser sentidos como se fizessem o papel inverso, onde eram as teclas que açoitavam os dedos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Agora estava perdido entre as raízes vermelhas que envolviam sua íris. Estava sobreposto à camada de nostalgia que refletiam dos seus olhos alagados. Sentia clemência de si e dos sentimentos que por ali vagavam. Afeiçoou-se junto aos seus cabelos ainda úmidos num gesto de sustento. Equilíbrio. De encontro. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Usurpou-se do que lhe ainda restava de oxigênio. Sentiu. Ponderou. As coisas permaneciam estáticas. O vento não fazia sacudir as roupas do varal. Sentia-se ilhado dentro do reflexo que ponderava no espelho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Sentia-se só. Tendo que afadigar-se das duas confinas que os compunham naquela esfera de sentimentalidades. Calculou os sentidos. Tentativa abrupta de colocar as coisas em seu devido lugar. Acreditando hipoteticamente chegar a algum lugar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Projetou seus sentimentos a uma ponte estreita. Perigosa. Onde as bordas já gastas pelo tempo o fizessem sentir na pele os anseios da queda. Onde, com as próprias abjeções, fosse apenas devaneios em meio a tanta neblina. Onde o que o outro sentia fosse apenas detalhe de uma trajetória do que estava por vir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Foi então que tomou partido de reaver suas pernas para que pudesse dar seus próprios passos. Percebeu quão difícil era a caminhada quando há tempos não o praticava. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">O Olhar interno de seu próprio abismo, na ideia de reconstruir os sonetos que perderam a fálica melodia por conta de tanta espera. Entre a espera, aquilo que se é o medo de fazer o seu próprio caminho quando se percebe que nem todos os passos em que se dá, se está acompanhado. Ou do egoísmo de pensar que o outro pode caminhar sem precisar do apoio de suas mãos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Medo. Dor. Devaneios um tanto melancólicos, fazia parte da equidise inesperada. Eram olhos grandes. Escancarados. Frente às nuvens de poeira que resolveu por ali se instalar. Estava perdido. Ofuscado. Alheio ao que se podia sentir ou impropriamente àquilo que se sentia. Que poderia ser definido como o abismo do reflexo das hipóteses.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Estava cheio das teorias mais absurdas. Ousava-se ir além. Ao mais profundo que pudesse chegar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Amor na sua concepção era outra coisa. Ou, o conjunto delas. Não que duvidasse da forma de amar do outro. Por esses ares estava bem tranquilo. O que buscava era o equilíbrio do que deveria sentir com os atos do outro. Ou ser capaz de entender até onde se é importante pro outro e colocar-se em seu devido buraco. Ou finalmente fingir acreditar que uma vez que os ideais não estão sempre emparelhados, haverá divergências. A tentativa agora era de busca-lo. Ou mesmo ir de encontro ao real absurdo da proposta da vida e das relações humanas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">O medo agora estava instalado na insegurança que acreditava haver no outro. Ou no desatino com que se era acolhido. Sua forma sensível de ser, era a tentativa exata dos devaneios que criava pra si. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Não que ousasse ser além do que se é para o outro, isso se trata de valores ao que se dá. Não é nada disso. Buscava essência. Nem sempre o outro se deixava cavoucar com tanta veemência. Estava ali, precisando ser, mas havia o nó na garganta. Então “farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz”. Do que viveria se não de amor. O alimento da alma. Da vida. (Aquela coisa da necessidade de dormir agarrado numa peça intima de roupa respirando o outro, a fim de suprir a ausência). Como que em sua própria essência. E por falar em essência, até onde o outro é capaz de te fazer mudar de humor por relapso? Ou até onde você é capaz de lidar o que se está sentindo a fim de inocentar o outro e fingir estar tudo bem? Essa é a maior e mais comum forma de fuga. De repente a válvula de escape mais ridícula que encontramos pra fugir daquilo que sentimos. A brecha do que resta entre o amor que se dá e do que se constrói por meio de um sentimento. Sentir e amar vai bem mais além do que isso. Amar é de repente, olhar com os olhos do outro, pra entender onde é que dói. Como dói e o que, de fato, se sente. Navegar pelo oceano das vivências do outro, para o entender em seu estado atual. Respeitar ou acreditar que ele não pode oferecer aquilo que não possui. E que, finalmente amar pode ser a construção das bases de sustento de uma relação. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Mesmo nos processos de equidise mais profundos, não se pode e não se pôde amar só. Era demasiado grande o que sentia para carregar sozinho. Precisava do outro pra conseguir lidar com o peso de caminhar nas trilhas ainda brutas. Era demasiado covarde para fazê-lo só. E de solidão não se vive. De amor se vive. Foi então que depositou todas as seus sonhos no outro. Abriu seu coração e ousou com toda veracidade que jamais ousara declamar o amor que sentia.</span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-21465694821276162562012-03-25T21:05:00.000-03:002012-03-25T21:05:25.604-03:00Inércia<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Eles
não ousaram se abraçar pela manhã de domingo. Acreditou que as coisas estavam
perdidas. Aquela coisa de o céu ser o limite era densa demais pra ele. Estava
repleto de si e não se sentia só.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Pousou
varias vezes as mãos sobre a face caída. Buscou interpretações diversas para
aquele sentimento hediondo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Mata-se
a cada palavra jogada fora. A sintonia das cordas vocais de outrora o tocavam
mais intensamente naquela manhã.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Estava
estagnado de um sentimento maior do qual não faria o menor sentido. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Sentindo.
Ousou dessa vez tentar não pensar naquilo que o afligia. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Em vão. </span><span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Sentia
demasiadamente cada passo. O calçado o fazia apertar os pés. Não era a saudade
que o reprimia. Se tratava de outros fatos. Fatos escusos. Menos
ponderantes. Mais distintos que das outras vezes. Tratava-se de orgulho ferido.
Da inversão de valores. Seguia contrario àquilo que acreditava como verdade
absoluta. Eram apenas desatinos de uma liberdade que fingia ter. Era amor, de
fato.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Travestiu-se
de preto, como se algo o protegesse do outro. Ou das cores inventadas daquela
pintura escondida no armário empoeirado. Não entendia na maioria das vezes como
é que as ações poderiam se agravar. Deixando de lado aquilo que pensava, pra se
deixar levar com o vento...<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Era
confuso demais pra ser exato. Poderia contar as pintas da face do outro. Mas não
suportaria, se os fatos não assim condissessem e aquilo fizesse por habito. Não
mais suportaria ver sua obra sendo retocada por outros, mesmo que aquilo
significasse memória coletiva. Era demasiado egoista por sentir-se livre.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Sabia
de fato o que estava sentindo. As cores sobrepostas à tela estavam quase secas
de tanta mistura. Tanta iniqüidade sem sustento. Balburdia que fora tocado em
silêncio. Não mais suportaria a ideia de não viver aquela rotina
imposta no começo daquilo que eles chamavam de amor.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Vivia
de amor em seu inferno particular. Cada segundo imposto era como se a pele
vestida enferrujasse. Suas mãos suadas, a do outro, calada.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Era
silêncio demais entre os gritos de dor daquela troca de pele. Sentia com força
aquela transposição de fatos. Sentia-se medíocre por não interpretar-se de
forma contundente a ser livre.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">O
que era antes liberdade. Agora sua prisão. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Não mais poderia indagar a lua pela
janela do quarto. A via distante de si, e se sentia dessa vez, questionado por
ela sobre sua outra metade.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Lembrou-se
do final da noite quando a tinta preta apagou metade do que era luz. Brilhava
tanto de forma a reluzir todo aquele sangue que sobrepunha aquela coisa inanimada que o fazia estremecer. Era
complexo demais entender a si pra aceitar o outro. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Sem delongas, adormeceu-se
daquilo que acreditava ser o sonho. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Viver de realidade o fazia sangrar mais.
Foi a forma mais lucida que encontrou pra sentir-se vivo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Aos
pedaços, recolheu-se junto ao espelho, tentando ignorar as deformidades que o
acaso lhe fizera. Colou-se dessa vez no papel do monstro e tentou se desmistificar,
acreditando piamente que aquela poderia ser uma saída.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Escorria
por sua face toda a dor sentida. Não teria jamais o equilíbrio pra dizer ao
outro quais os melhores caminhos. Prezava sua prisão interna, o que em outros
dias chamaria de liberdade. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Não. De fato ficaria emudecido por mais algumas
horas, ou dias, se fosse necessário. Tentar com que suas ações condissessem
piamente com suas palavras e não deixar que sua forma amar não virasse utopia. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Brigou varias vezes com a imagem do espelho naquele momento em que perdeu a noção do tempo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">A
coisa dessa vez vinha de fora pra dentro. Sentia mais dor que às equidises
passadas. Mas não sabia de fato, até onde poderia ir, e se, de fato poderia ir
a algum lugar. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Havia se encontrado demais olhando para os dois pontos brilhantes
sobrepondo a lua. Como se o universo todo gritasse pra ela a solidão e que, se
apagar fazia parte do processo. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Era
domingo, como todos os outros. Domingo quente, sem aquele cheiro bom da terra.
Fazia calor demais pra ventar e como havia perdido a voz outrora, julgou inútil tentar
e deixou-se levar ao acaso.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Sabia
onde pisava e isso o assustava um pouco. Era como se agora em que sabe quais os
passos deve tomar, o caminho exato fosse perde-se nas cores que a paisagem
deveria compor. Começar-se-ia a viver a partir do por-do-sol. Se o sol de fato
lhe fizesse o sentido esperado. Ou se deixaria se levar com a brisa da noite.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "DejaVu Sans Condensed","sans-serif"; font-size: 14pt;">Suava
frio tentando fazer com que o sol nascesse depressa. Cantava baixinho. Depois se
ostentava dos gritos que saiam do âmago. Que de fato tinha duvidas a respeito de onde
vinha. Eram muros de concreto defronte as grades cinza de sua memória amarelada
pelo tempo. </span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-56025358453212063942012-03-15T12:33:00.000-03:002012-03-15T12:34:05.329-03:00Carnaval<div align="justify">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Estava ele ali. Sentado. Carregava consigo
o peso da mochila e as marcas de um longo dia de caminhada. Junto às linhas de
expressão, a insegurança e a vontade de seguir.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">A tinha na cadeira ao lado, e os pés
fincados intensamente na areia mole e fina da praia. O que lhe fisgava a
atenção era a forma de como punha os cabelos pra trás.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Sem o controle das horas, o sol estampava a
paisagem configurada entre o céu e o mar. Estampado no rosto daqueles em que,
perdidas na nostalgia em saber o real motivo de ali estarem. O verdadeiro
retalho dos porquês, estampados na intensa duvida de que lado da pedra se
fixar. Como se, de forma abrupta, procurassem algum sustento para aquele vazio
que se instalava no ar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Mar bravo. Ondas no quebra-mar. Por detrás daquelas
imensas pedras, a vontade do mar de se deixar invadir.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Com os olhos absortos, desconexos avistou a
mochila sobre a cadeira velha de cor amarelada. Como nos contos em que se da à
cor necessária para o cenário que a rotina ousava compor. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Em segundo plano, aqueles olhos tímidos,
fugitivos. Inclinavam-se pouco mais à direita.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Insistiu num terceiro olhar a tentar entrar
um pouco naquele sorriso, ainda mais tímido que os olhos. Sim. Eram olhos tímidos,
que sorriam numa intensidade única. Como se nada mais se passasse à volta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">A vontade era de escrevê-lo todo.
Faltava-lhe o fôlego. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Pegou então seus olhos dentro da mala desbotava
sobre a mesa. Entregou-se à uma nova historia (dentro daquela em que estava
vivendo). Não haveria diferenças. Mas, o que encontrou como equilíbrio foi uma maneira
de tentar ser o maximo que pudesse.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Durante dois dos capítulos mais densos, o
acompanhava com discretos olhares. Dessa vez algo o fez sorrir. Riso solto.
Liberto. Algo novo que estava por nascer. Diferente do instante anterior, onde
seus olhos buscavam os olhos do outro com certo tom de curiosidade. Seguido da
vontade de deixar os lábios se invadirem. Vontade de tocar a palma das mãos no
rosto do outro. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Sentiu areia quente entre os dedos.
Perderam-se nas palavras e resolveram entregar-se ao sol. Ou talvez um começo
onde eles pudessem inventar juntos, as cores do que viriam a partir dali.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Seguiram-se por instantes dos mais
coloridos devaneios. Ambos aflitos em tocar nos olhos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Tocaram-se.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Sabiam de alguma forma. Ou não sabiam absolutamente
de nada. Chamariam aquilo do que ousassem acreditar. Algo que, de repente,
tivesse mais sentido se não ousassem interpretações. Ou se apenas vivessem.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">O lado colorido ofuscava toda a paisagem,
como num cenário estagnado. Sentiu torpor. Como se todo o resto perdesse a cor.
Na paisagem preto-e-branco eles poderiam se amar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Afundou a planta dos pés nos lábios da
terra. Areia quente entre os dedos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Estenderam-se do lado de lá algumas vezes
naquele mesmo instante.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Ousaram-se.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Sacudiu o pano esverdeado e o convidou pra
ser livre com ele. Sorriram-se ininterruptamente através dos olhos. Embarcaram-se,
um pelo outro.</span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-63634695106089360822012-02-04T11:43:00.005-02:002012-02-04T11:43:52.061-02:00Dois pontos<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">“Nem todo abraço é à vista, todo mundo é
artista</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-size: large;"> </span></span><span style="font-size: large;">Nem
um ponto de vista vai ser ponto final”</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Era quente, ainda que o verão estivesse
prestes a terminar, pelo menos em sua mente, que buscava um equilíbrio entre
sentir e estar.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">As portas estavam fechadas, embora sem
trincos. Podia ouvir os passos no assoalho inexistente. O que lhe consolava era
um velho e barulhento ventilador, que amenizava o calor, mas tomava-lhe toda a
paz conquista. Além do barulho. O vento. O pouco do vento que ousara circular
naquele ambiente estagnado. O mesmo que tirava as beiradas do tapete de trapos
do lugar.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Olhou atônito pela fresta da cortina de cor
amarela. Não é como das outras janelas que pudera se equilibrar com os resquícios
da lua. Sentia se preso. Embora totalmente alheio à proteção.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Desprovido das chaves que de certa forma o
prendiam a sensação de estar aberto ao que quer que seja. Indevidamente.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">As lembranças eram reais, de tal forma que
não podia mais separar do imaginário àquilo que lhe discorria a caneta sob a
folha rasgada.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Estava entre o composto da mobília branca e
a estante de livro, ainda inexistente.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Fingia acreditar nas pessoas apesar de suas
doenças, as quais não lhe faziam o menor sentido. Já terminara de forjar o cenário
ideal, faltava-lhe ainda pouco mais da inocência perdida. Mergulhou-se em si,
inquieto. Desprovido do que quer fosse, estagnou aquilo que os outros chamariam
de sentimentos. Enquanto ele preferia acreditar na pele vívida que lhe cabia.
Embora ainda avermelhada pelas diversas incompatibilidades. Dessa vez não se
encontrava nu. Reminiscências de mais um dia cumprido. Como se ousasse entrar
no seu estado de inércia pra tentar viver àquilo que lhe fora proposto.
Descabido de qualquer ressentimento, abriu os olhos, vermelhos das lamurias que
indagava a pouco, restava-lhe o próximo contexto. Ou a espera.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Tentava ser além daquilo que lhe fora
proposto, o composto das frases que acreditar por fazer qualquer sentido.
Precisava seguir adiante, mesmo que pra isso fosse necessário cessar na idéia
os ideais daquela estante empoeirada de livros que ainda não ousou.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Era cedo demais para tamanha demagogia e
outras tantas coisas mais que lhe passava na cabeça ao mesmo instante.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">As luzes coloridas piscavam de forma a
solucionar o </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: large;">puzzle</span></i><span style="font-size: large;"> e nada mais
precisaria ser dito. Estava repleto de si. Embora a serenidade lhe fosse
roubada pelo cotidiano.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Falta-lhe tanto. Tantos. Tantas.
Faltava-lhe o poder. A mudança.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">De fronte aos seus monstros, forjava
serenidade. As coisas encaminhar-se-iam para qualquer lado. E de todas as
formas o amargo estaria. Estaria ali por sentir. Ou. Esperando o grito da
largada.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Estava entre a chegada e a partida.
Lembrava-se das poesias de domingo. Do violão desafinado. E daquela voz que o
sustentava. Lembrava-se dos momentos em que além de sentir sabia que aquilo é
que era felicidade. Nunca ousou de outra forma. Os pontos estavam no devido
lugar. Embora.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Lembrava-se das promessas que nunca
precisaram ser ditas. Eram concretas e por ali estavam. Era vivo. Sentia. A música
fazia o maior sentido enquanto contornava as vivências com sorriso estampado
nos lábios. </span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Descrevia o que o outro sentia de forma a
viver aquilo que dizia. Foi o mais real de suas alusões. Era o perfeito destemido
naquele corpo. Como se as pressões, suas frustrações fossem apenas erros da
natureza. As frustrações ocupariam espaços entre as desculpas pra fugir do
vazio que sentia ao pensar na ausência daquele sorriso. No tudo que ficara pra trás.</span></span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-7409302548089997582012-01-23T17:06:00.001-02:002012-01-23T17:06:59.825-02:00Caricias<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">“Ainda é cedo, amor [...].”</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><o:p><span style="font-size: large;"> </span></o:p></span><span lang="PT-BR"><o:p><span style="font-size: large;"> </span></o:p></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Eram misturas daquilo que ficara pregado na
pele e com o novo que fora sentido. Eram de fato. Novos sonhos sendo criados na
intensidade em que eles se beijavam.</span><span style="font-size: large;"><br /></span><span style="font-size: large;">
Não se sabe ao certo quanto tempo de fato é que não se viram. </span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Encontraram-se ali. Dessa vez, com as
cicatrizes velhas repostas e aspiração de seguir, de forma distinta.
Preservada. Numa intensidade sem interrupções. </span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Não encontraram barreiras. Tampouco as
criaram. Seguiram. Como quem pisa no mar pela primeira vez. Aquele frio na
barriga de um primeiro dos muitos encontros que estiveram por vir. E que de
fato. Criaram aquela sensação de que o mundo pararia no exato instante em que
os lábios discorressem numa mesma tonalidade.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Era noite quente. De verão. Como todos os
bons romances daquela época. </span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Sentiram-se renovados. Como se dançassem ao
som daquela musica há tempos e soubessem sincronizadamente onde e quando se
deixar evadir e firmar os pés no chão.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">De fato era um novo homem. Os mesmos olhos.
Talvez pouco mais profundos que da ultima vez. Carregando consigo todo o sinal
de vivência. Carregando consigo o outro. Que de fato o carregara também durante
todos aqueles anos que ensaiaram o encontro perfeito que nunca era tempo de
ser. Haveria o momento certo, exato para as coisas ocorrerem de fato e assim
findou.</span><span style="font-size: large;"><br /></span><span style="font-size: large;">
Torceu seus braços pra contornar e apertar mais o cinto já gasto pelo tempo.
Dessa vez não reparou na distancia. E como de costume aumentou o volume no som
exato pra que nada atrapalhasse aquele percurso. Não havia tempo de espera, nem
delongas. Era aquele friozinho na barriga presente. Nada daquilo o incomodaria.
Seguiria sendo, não importava quão grande e distinto seria o próximo passo. </span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-size: large;"> </span></span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Caia a chuva espaçada no pára-brisa. Trocou
a marcha até escutar o barulho do motor. A música calava tudo o que havia do
lado de fora. Ficara só. Exatamente só com o lado bom do que queria naquele
exato instante. Afinal vivia sonhos sem intenções exatas. De uma forma onde o
outro se sentiria afinal, livre, pra ser aquilo que se ousa ser quando se é
feliz.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Já sabiam onde as mãos deveriam se apossar,
mesmo sendo o primeiro contato físico. Apertou-o contra o peito. </span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Indagaram-se. Numa espera a entender-se do
outro tudo o que se passara até então. Estavam ali. E tudo acontecia de forma
natural e suave. A forma como se olhavam e o brilho nos olhos deixavam aqueles
sorrisos indiscutivelmente presente entre eles. </span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Pediu um café. Teria pedido outro se não
fossem tantos os olhares encorpes.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Saíram dali. Entreolharam-se perdidamente. Como
quem buscasse um horizonte onde fixar as vontades que o traziam até ali.
Falaram-se ininterruptamente. Entendiam-se por vezes nos olhares. Embora as
palavras, havia coisas das quais, se foram apenas sentidas.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Contornaram ruas entre as diversas praças
que havia.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Estavam ali, parados, pouco abaixo duma
arvore qualquer, mas isso não trazia a menor importância. </span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Fora dessa vez, tocado no âmago. De uma
forma cautelosa, simples e doce.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Os dedos entrelaçaram-se entre os fios de
cabelos ainda úmidos, nenhuma palavra foi dita. Sentiu-se ali. Afagado. </span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Entreolharam-se. Como nos outros diversos
instantes em que não se ousaram. Aproximaram os lábios. As mãos sobrepostas ao
pescoço. Fora tocado. </span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Sentiu tanto que fora capaz de estar ali
absolutamente. Estava repleto de si e do outro. Da essência que lhe fora trocada.
Dos lábios acetinados e doces que invadiam de forma sutil o interior daquilo
que não fora buscado, mas se pode sentir.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">A forma como eles apoderam-se um do outro
fora estendida pela acalmada pela brisa breve. Pegaram-se entre os braços pra
sentir. Eles se, pela primeira vez.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Acelerou o carro. Dessa vez não aumentou o
volume do som. Pouco importava o resto. Queria estar ali. Inteiramente. A
realidade da busca fora sentida no instante exato em que se apoderava do outro
e se deixara levar.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Passaram por outras praças que viriam a
fazer sentido numa outra historia qualquer. Mas ali, dentro do que estavam por
viver nada mais importava. </span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Era como se o outro fosse ele mesmo e não
precisasse de nada que o fizesse impressionar. Gostava demasiadamente do equilíbrio
que tinha na companhia e por um gesto breve ousou sentir.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">O barulho do motor fora interrompido,
juntamente as luzes que se baixaram na medida exata do que precisavam e do que
estavam por repartir. Eram ali, dois corpos numa magnitude em que se percebe. Tentando
se ousar invadir na essência do outro.</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Sentiu o primeiro toque nos lábios,
enquanto o seu corpo era coberto de torpor. As mãos escorregavam na medida
exata do que precisava ser sentido e os corpos estavam ali apenas como intermédio.
Para que eles pudessem viver. </span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;">Invadiram-se de forma a entender-se um ao
outro. Estavam atenuados pelos pingos da chuva do lado de fora que nem se afoitaram
pra qualquer acepção que fosse. Eram ali. E todo o resto não importava. Eram
como se ali, difundissem todos os devaneios em que sonharam outrora juntos. E
que confinantes seriam de tal modo. Um ao outro o que ousaram a si. </span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-size: large;"> </span></span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-size: large;"> </span></span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-size: large;"> </span></span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-size: large;"> </span></span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-size: large;"> </span></span></span></div>
<span style="font-size: large;"></span><br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-61460673484151392062012-01-19T01:05:00.000-02:002012-01-19T01:22:45.925-02:00Desculpas<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">"Sempre as mesmas desculpas<br /> E desculpas nem sempre são sinceras<br /> Quase nunca são<br />Preparei a minha tela<br />Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar [...]."</span></span></span><br />
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></span><br />
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Do que viveram e daquilo que se escorre
entre os dedos.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Não. Não era falta de entendimento. Fazia
falta mesmo quando era presente. Era de fato mais falta do que presença.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Era talvez inconstante na forma de amar.
Haveria amor se assim ousasse ser.</span></span><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
Fizeram planos sem razões exatas pra ser. Tentativa fugaz de autoconstrução.
Como aqueles em que juntos dão o primeiro passo. Ou pelo menos deveria ser
assim.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">As incertezas tornaram-se constantes
presentes. Foi quando ele se perdeu. Fizeram-se, portanto juras inevitáveis no
vazio daquilo que acreditava ou acreditavam ser. Entre as, acreditaram além
daquilo que puderam ousar.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Nada resta além do que é fato, tudo de fato
vira hipótese. Mas e o que foi de fato compartilhado? Qual era a parte em que
combinaram de se esquecer? E o que na verdade se esquece?</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">[...].</span></span><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
Ele abria os olhos depois de sonhar. Caberia talvez toda a forma de amar dentro
da insegurança do outro. Carregava em si o preço de ser exato. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">O outro sonhava mais com o presente.
Acreditava piamente nos segundos de inexatidão que julgava por ser eterno.
Sonhava com o presente, que é o que se tinha nas mãos. Além da exatidão da
espera.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Era. Seriam talvez. Constantes. Se assim
fosse. E se assim fossem. Abraçaram-se acreditando num amanhã pouco menos denso
e bem mais próximo.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">[...].</span></span><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
Entrelaçaram-se entre as pernas como um suspiro aliviado. Como se ali,
firmassem de fato. Algo de concreto. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">[...].</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Ventou. Abriu os olhos no momento errado.
Havia demasiada luz envolta. O sol era constante em sua pele. Afagou-se por
inteiro. As marcas eram nada perto da intensidade do que sentira naquele
momento. Como quem está à beira da morte sentiu. Desesperadamente o filme que
se passa na cabeça. Lembrou dos olhares. Dos desconcertos. Aquela primeira
piscada. Até mesmo quando que, num gesto de confiança se afagou nos braços do
outro com medo.</span></span><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
Se lembrou da tonalidade dos seus olhos enquanto a lua banhava sua face. Seus
olhos redondos, caramelizados. Doces. De uma fundura inexplicável. Caberia ali
o mundo todo. Mas não poderia ir além. Havia ali o medo. Muito medo do próximo
passo.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Como quem precisa se encontrar. Deixou
dessa vez que o sol o cegasse. E pela ultima vez sorriu por eles. Pelo que
viveram. Pelo eterno de busca que fora interrompido. Despiu-se de si. E sem a
casca paralisou. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">O sol queimava forte em suas costas. Ele
nada entendia. O que seria amor. De fato?</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Não havia espaço pra raiva. Tristeza.
Destreza. Solidão. Estava fechado. Nada mais por ali passava. Estava estático
daquilo que o afligia.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Era tempo de partida. Era tempo de seguir
adiante. Mesmo se as justificativas não condissessem com tudo o que fora
sentido. Mesmo que não houvesse justificativas para um fim. Ou para o que quer
que seja. O que quer que fosse. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Ele não se entregou ao mar. Como aquela vez
que sentiu através dos lábios do outro o salgado daquelas águas gélidas. Não
havia falésias. Nem ondas quebrando a borda congelada daquele eterno. Ficou
ali. Como quem se estira na linha do trem esperando. Algo que não sabe da onde.
Os trilhos eram de uma voracidade imensa. Embora enferrujados. Por ali não se
passava nada. E por nada se foi.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Sentia areia entre os dedos. Indagava a si
próprio as questões do outro. Como se houvesse conserto. Buscava na areia
quente um pouco de si. Cravava os dedos entre as conchas úmidas tentando buscar
no âmago o amparo pelo qual fora desprovido.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Pouco restara. Como todas as outras vezes.
Ficara sempre com o pouco de bom que havia em si. A parte boa é a que compartia
com o outro. Os fatos. De fato.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Deveriam existir. As razões só não foram
ditas. Talvez por medo. Vergonha. Ou sei lá o que. De fato. O que ficaram foram
as meias palavras. A metade do percurso.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Derrubou as lagrimas que pôde. E não pôde.
Fingiu que aquilo fazia parte de si. Mas não haveria espaço para a dor. Fora
pego tão de surpresa que de fato nem as lagrimas pode ousar.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Temperou seus anseios com a brutalidade e o
egoísmo do outro. Sentira-se um animal expulso entre meio há tantos outros. Não
do que fora dito. Não do que fora ou deveria estar sentindo. Mas da forma ridícula.
Idiota. De fato. De como as coisas ocorreram. Sentiu-se estúpido por não
revidar. Mas não haveria espaço para mais. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Encontrou-se com seu próprio equilíbrio. E
por ali ficou horas a finco tentando outra vez buscar respostas às inquietações
do outro. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Sentiu-se livre e ousou voar.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Fingiu que aquilo fazia parte do que tinha
ali de fato pra sentir. E como quem não espera trocas, temperou os anseios com
a mortalidade do que foi bom de fato e do que restava “pra sempre”, dentro de
si.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Estava sorrindo. Quando fora interrompido
pelo trinco da porta. Precisava de silêncio. O barulho estagnava os pensamentos
que lhe ocupavam mais do que deviam de si. Precisava fugir com aquilo e por
ali. Sem nem pensar duas vezes saiu por outra porta. Diferente daquela que entrava.
Mesmo que no ambiente houvesse apenas uma. Criou a sua e partiu. Em busca de
silenciar o que lhe afligia.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Debruçou-se no assoalho avermelhado, riscou
mais forte as letras no papel reciclado e decidiu que ali colocaria mais um
ponto. Acreditou naquilo que se pode tocar. Não passara ninguém ali. Tinha o
exato silêncio que precisara. Embora o mar agitado batesse na janela ao lado.
Nada viu. Nada sentiu. Concentrou-se em si e ali ficou por segundos eternos até
encontrar a saída. Um novo parágrafo pra sua vida. Que agora seguia sem o
outro.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Era instável demais pra ser. E não da pra
sermos se somos sós. Era de certa forma, tudo aquilo que esperava de outro. O
ciclo natural. A cadeia alimentar vingou-se da plenitude que sentira e fez
ventar em seu castelo de areia. Sentia escorrer pelos dedos e nada pôde fazer.
Doía. Latejava. Não havia posição exata que o tirasse aquela letargia. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Precisava sentir-se livre para ventar. E
por ali ficou até que os pensamentos vagassem para outros ares e pudesse se
sentir mais leve.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Jogou água fria nos olhos que ardiam. De
nada adiantou. Fechou os olhos e entendeu que se nada pôde fazer é porque não
havia nada que pudesse ser feito. Ou que pudesse ser dito para mudar os fatos.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">E de fato. Ou por falta. Ou mesmo por amor.
Fugiu do outro. Fugiu de si. Por instantes. Fugiu de tudo. Ou finalmente se
encontrou.</span></span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><br /></span></span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-10907435303385112222012-01-07T15:50:00.000-02:002012-01-07T15:50:33.750-02:00Etanol<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Encostou os braços entre as pernas.
Procurava entre as sombras um espaço para se resguardar. Tentava de uma maneira
ou de outra fugir-se. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Olhou diretamente nos olhos. Os seus.
Vivos. Distantes. Indagou. Sentiu. Tornou a fechá-los.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Era musica o que lhe afagara há instantes.
O presente lhe consumia a espinha e a dor dessa vez, acreditava ser nos ossos.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Sustentava-se na tentativa de qualquer equilíbrio.
Erguia os braços, como quem pudesse voar. Tomou pouco mais daquilo que lhe
acalmava a mente. Válvula de escape das emoções que ele já não sabia mais
porque sentia.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Tirou o pó da mala verde, aquela que em
momentos atrás o fizeram mudar de vida. Eram tantos os processos de equidise
que já não lhe cabia mais nos dedos.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Usava dos sentidos para se entender. Sentira-se
novamente de partida. Sentira a partida. E aquilo lhe abalara completamente.
Eram emoções como de quem vai e volta em instante a diversos lugares sem estar
de fato, inteiramente, em nenhum deles.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Buscava entre as cores distorcidas do outro
dia, entender o pra que das coisas e se sentia só.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Buscara a solidão a todo o momento tentando
ou acreditando ser. Sem interrupções saberia o instante exato de parar. Já não
mais precisaria ser exato a ponto de acreditar em suas próprias ponderações. As
coisas fariam por vez sua própria ordem, sem mentiras, nem fatos. Acreditaria
no que quer que fosse para sair dali.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Era tantos ao mesmo tempo em que já não
mais sabia quem ser a cada instante. Indagava-se constantemente. Buscava ser
daquilo que pudesse ousar ser o mais próximo do que acreditava. Nada será como
antes. Cada passo dado ele não mais poderia voltar atrás. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Suportaria quantas perdas mais? Quantas
mais personagens suportaria ele ser? Estava no avesso, desconexo a tudo o que
planejara ser. Viu mais uma vez que não dava pra ser completo.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Sentia o liquido frio saciar-lhe o calor.
Calou-se na espinha. Por dentro fervia. Como se sentisse o sangue coagulado
tentar escapar pela boca. Sangrava. Arrumou a gola da camisa. Examinou detalhadamente
todas as partes do seu corpo, tentava encontrar algo que nem ele mais sabia o
que. Esperava.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Numa mistura de medo e desapontamento
resolveu sair daquela letargia e deixou a água escorrer-lhe a face. Os pingos
disformes lhe molhavam os lábios ainda secos. Deixou-se invadir por completo.
Ou acreditou naquilo que estava (ou tentava) de fato fazer.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Lavou suas mãos, como quem comete um delito
e tenta apagar a prova do crime. Tornou a fazer. Parava, entretanto, para
respirar. Aliviadamente.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Perdera a noção de quanto tempo estava ali.
Fora interrompido como todas as outras vezes que tentou ser. Eram berros que
não se interrompiam. De repente uma chamada para o mundo real. Daquele onde as
pessoas fingem não sentir. Ou sorriem, mesmo sem ter dentes.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Estava ele ali, mais uma vez, desamparado
de si mesmo. Tentando colocar as idéias em ordem. Os sapatos estavam embalados
devidamente. Cada um em seu devido saco. Como todas as outras tantas coisas. Tudo
como planejado. Mas e o que sentia. Como poderia ele definir aquele abraço que
não fora dado no instante em que realmente precisara. Ou dos outros tantos
abraços desajeitados e desnecessários que fingiam lhe afagar, mas que o
sufocavam.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Sufocado, ele tentava soltar o ar entre as
narinas. Algo o prendia. Disforme. Ele tinha medo. Eram olhos para todos os
lados. Ele não os via. Ele os sentia. E sentir fazia lhe tremer todo corpo.
Foram varias as interrupções forjadas. Ele estava ali, fugindo de si pra fingir
ser.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">Não estava completo. Driblava ou fingia
estar, o sono, já não sabia se encarava como cura. Ou só estava, como todas às
vezes, fugindo do que lhe fora imposto.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;">A musica tomava uma sintonia diferente
daquela que ele sentia. Era disforme e aquilo fazia com que ele se sentisse
menos preso. Mas dessa vez, em nenhuma circunstância, ousou voar.</span></span></span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-2183694253578889112012-01-01T12:26:00.002-02:002012-01-01T17:56:04.588-02:00Pérolas<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Estava ali. Parado. Nada viu. Ninguém se
virou pra ver. Seguiu-se. Sendo. </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Sentiu-se. Parou. Olhou. Estagnou os olhos.
Refletiu por instantes o exato em que se aproximara. Pensou. Por instantes. Pensou.
Entendeu coisas que não buscou. Outras. Por ali também estiveram. Sentiu.
Sentiu. Segui sendo. </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Aproximou-se do espelho como quem se
aproxima do perfume da rosa. Delicada. Robusta. Cheia daquilo que lhe poderia
ser proteção. </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Apertou firmemente os lábios e sentiu
ausência. Aquelas mãos estavam longe dali. </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Afagou seus cabelos com as pontas dos
dedos. Parou. Pesou firmemente aquilo que buscara ha instantes. O cheiro fora
sentido. </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Pensou. Dessa vez nos lábios cítricos. Exatos.
Descompensados. Indagou que poderia ser um sonho dentro de outro. Interpelou-se
de compaixão. Arrumou a gola da camisa. O pode ver. Dormindo com os lábios
superiores calados. Abertos.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Suspirou. Palidamente sentiu. Parou.
Sentiu. </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Já perdera a noção daquilo que chamara de
ausência. Ofuscou a visão na tentativa do sono. E forçou-se. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times", "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Já não se perguntaria
mais por quês. Seria se. E se se. Seria. Foi. Andou. Deixou as tantas coisas
rodarem pra chegar onde estava. Sentiu-se. Avesso ao que buscara. De fora pra
dentro gritou. De dentro respondeu que voltaria a si. Ou ao menos fingiria ser.</span></span>
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-57795401704341093392011-12-22T14:17:00.001-02:002011-12-22T16:01:29.641-02:00Tadieu Bône<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">. Eram sonhos na possibilidade remota de ser. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Ela acordara durante a única noite que
ousara dormir. Tentativa ilusória de tentar ser.<br />Mudava as paredes dos quadros. Repintava-os no espelho.<br />A memória que gritava ausência o fazia seguir. E por instantes seguiu sendo.
Aquilo que (mesmo por instantes) precisava ser. Eram claras. As objeções. Todas
elas eram.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Fechou os olhos par de vezes tentando
invadir o que estava de errado naquele espaço. Foi feliz e gritou ambas vezes no mesmo instante.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Floreou toda a casa. Toda casca.
Colorida buscava não se sabe o que pra entender que o espaço não era aquele.
Sentia. Ou tentava. Buscava na ausência o ponto de apoio exato. Ainda acreditando
em tudo aquilo. Tudo existia. Eram prospectos da sua mente perturbada. Ela via
coisas erradas distintas e se calava a cada uma delas. Era prisioneira das suas
próprias responsabilidades e estava cansada de ventar a cada manhã. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Buscava aos berros o silêncio, que rebatiam
de forma aguda aquele sentimento perdido. Poucos. Mas ensurdecedores. Indaga
veementes os olhos. Os via estranhamente distantes. Fechava-os com agressividade.
Os pontos estavam perdidos. E. Ela roucamente imprimia essa vida que não era sua. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Via. Contorcia vozes intermináveis que a
mandavam fugir. Fingia. A voz. As vozes. Todas elas. No sonho passado era sangue. No de
hoje. Até de olhos abertos via sangue. De um vermelho podre. Segurava disformes
os restos mortais daquilo que ainda eram ossos. Fedia.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Saudade era isso. Dor e volúpia. Palavras e
línguas das quais não se entendia. Absolutamente. Nada. A espera.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">A voz dizia pra fugir. A insegurança. A
falta de acreditar do outro se entendia como principal causa em seu corpo.
Sangrava.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Reinventava as cores que saiam do seu
corpo, transformando em novas cores. Rodava em círculos expulsando e exploração
que rondava seu corpo. Gritava a algum deus para buscar gloria. Rodavam sem
sentidos. Todas conectadas. Cores vivas. Cores sadias. Fortes. Conformes. Umas rondavam as outras. A terra. O ar. A água.
Tudo aquilo que fazia parte daquilo que sentia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Pulou a linha de onde
saberia sobre ele. Ela se perderia naquela dança extasiada. Ele se jogou.
Extasiado. Sem uma gota do que qualquer que fosse. Só a musica o invadia. Pintava
o que sentia. Sentia.</span>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Exasperado. Cansado. Misturou-se num banco qualquer. Do nada. Buscando dessa vez o vazio pra dentro. Eloquentemente diferentes de todas as outras tentativas. Foi feliz ao sentir por instantes a luz do sol em seu corpo. Depois. Depois.</span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-5452977049743405242011-12-13T04:23:00.003-02:002011-12-13T04:23:28.256-02:00O eu do outro.<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Eram redondos e profundos os olhos. Quase
que inabitados. Eram ausentes. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Sentiu calafrio esperando ventar. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Os dedos dele percorriam face às minhas
ancas. Eram dedos libidinosos que se escorregavam nuca abaixo. Perdidos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Os dedos do outro percorriam sua face,
tentando entender até onde aqueles traços apaixonantes o levariam. Sentiu medo.
Tremia. E nada aconteceu. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Os dedos. Ele. D’Eles.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Preferiu a fuga. Nunca admitiria ausência. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Cansado, indagaria tristeza. Colocaria
culpa no clima quente que lhe afagava a pele.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Eram todos diálogos desconexos numa espera
mutua que jamais os levaria a algum lugar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Ele achava que o outro sentia demais. De
fato sentia. Sentira. Vai sentir. Eram ausências e presenças misturadas no
mesmo diagrama. O toque de forma inesperada. Num gesto onde não se sabe onde
vai chegar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">O outro é realista nas palavras. Mas as
mesmas se perdem ao expressar daquilo que sente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Sentia algo como medo e insegurança. Mas
deixava de sentir quando mais precisava.<br />
Juntou os cacos espalhados pelos cantos esquecidos. Juntou todos. Espalhou em outro
novo canto qualquer. Canto esse, que logo seria a base para um novo
esquecimento. Sentiu. Sentiu. As lagrimas ardiam-no os olhos. Mas não caíram.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">O sono repartido tentava cegá-lo. Era
inutilmente vasto. Mergulharia dentro de si para encontrá-lo quantas vezes
fosse preciso. Algo dele ainda haveria de estar por lá. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Levantou. Ergueu-se daquilo que ousara
chamar de raiva. Numa tentativa frustrada de fingir que não haveria amor. Mas
tinha. De amor. Viveu. E de amor. Vive. Por amor. Sentiu. Pela busca. Tentou
ser. Tentando ser. Invadiu. Invadindo. Perdeu-se.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Meio como quem tromba nas próprias pernas.
Travestiu-se de coragem e foi enfrentar-se junto ao espelho. Gritaram-se. O eu
de dentro e a casca. Não se entendiam. Definitivamente. O eu de dentro era
emoção demais. A casca despida de afeto feriu. Aquilo que o outro chamaria de
amor. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Eram palavras. Construções. As cenas
estavam todas preparadas. Embora o protagonista. Embora.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Enxugou o que o outro chamaria de lagrima
com as mãos que o ousara tocar. Desmediu-se entre o lençol desbotado e tentou
ser.</span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-84598170278483515362011-12-06T12:34:00.001-02:002011-12-06T12:35:31.722-02:00Razões<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Mãos ásperas. Precisas. Como se tocassem a
si próprio. Dentro do eu do outro. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">O corpo reagindo contrario ao toque das mãos
que permaneciam coladas no pescoço. Contorcia-se todo. Como se não houvesse
mais espaços inabitados. Precisas, contornariam aquelas curvas sutis,
redesenhando-a toda, de uma forma grave e desalinhada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Olhos que se abraçavam ininterruptamente.
Inevitável. Sorriram. Gritaram. Trocaram-se intensamente. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Eram olhos redondos e ardentes. Fugaz, como
quem deseja. Mas incompreensível como quem vive.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Eram pedaços inteiros cortados e colados na
medida certa daquilo que precisava. O brilho deles. Esse eu jamais hei de
esquecer. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Pela segunda vez encontrei o primeiro
olhar, como quem estava perdido em seus próprios atos. Durou o instante que
tinha pra durar e ventou.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Encontrei seus lábios cítricos poucos
segundos depois. Misturados de essência e medo. Eram passos largos, como os de
quem pudesse alcançar o âmago com as próprias mãos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Sorriu. Dessa vez de medo. Numa tentativa inútil
de não sentir ausência. Aquilo que segundos atrás se transformara em seu
inferno. Perdeu-se em seus próprios passos numa noção de tempo perdido. Sabia
que estava vivo e aquilo bastava. Jogou-se, como quem se esparrama, meio de
lado. Sentiu as pernas. Os braços. E o vento não balançou o cabelo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Partiu e não olhou pra trás. Eram passos de
medo. Como os de quem rastejava por não saber o amanhã. Baseado nos segundos de
paraíso que pudera observar dentro daquilo que era o seu inferno.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Não foi tocado nos lábios com voracidade.
Sua mente vagava pelo limbo que criara há instantes. Lá onde não pode se vir
nos olhos dele. Calculou assimetricamente os anseios do outro e mergulhou.
Sabia que iria se encontrar. Era tudo questão de tempo. E o medo fazia com que
parecesse uma eternidade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Olharam-se de forma a fugir um do outro. A
essência fora perdida. E por instantes eternos não se encontraram um nos olhos
do outro. Como quem busca a paz atrelaram-se os dedos. Numa medida de buscar
bruscamente a raiz daquilo que causava a dor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Ouvi seus gritos e arrepiei-me todo. Despi-me
por completo, a fim de encontrar a semente que gerava aquela sensação oca
extasiada no céu da boca. Não pude enxergar estrelas, nem nada. Mas o conforto
veio por instante quando lembrei o seu rosto clareado pela vasta lua que nos
seguia. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Dopei-me dessa insegurança toda. Fiz
caretas no espelho numa tentativa inútil de o ser. Fui, durante segundos,
aquilo que nunca ousei ser. Fervi meu corpo e com lâminas me cortei. Sangrava
por dentro. Gangrenada. Cuspi no chão todo o desequilibro sentido. Misturei
todas as essências ao alcance dos olhos e ventei. Chorei por segundos a
paisagem opaca e embaçada dos olhos e não ousei gritar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Abaixei a cabeça na calçada sem ladrilhos e
por lá fiquei. Senti um peso nas costas e alívio nas mãos. Buscava-o nas
entrelinhas. Havia tanto e nada pude enxergar. Deixaste-me cego. Fechei os
olhos na tentativa de fazer com que aquilo passasse. Nada, que nada. Clarice me
diria, sem rodeios, que o obvio saiu do meu âmago e que algo parecia florescer
dentro de mim. Eram tulipas de todas as cores. Despedaçadas. Vivas. Comiam-me
por dentro. Saciaram-se do que antes era o eu. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Abri os olhos. Arregalei-os. Busquei. A
claridade invadia. Ceguei-me. Abri os braços. Não havia. Procurei-o por toda
parte e não pude o sentir. Lembrei-me do texto da porta. Ela tinha razão quando
pariu. “Permito que você tome meu corpo em seus braços e que suas mãos agarrem
meus cabelos.” E nada aconteceu. Abri a caixa com a única coisa concreta que
havia. Mãos trêmulas. Desfocadas. Tentando ir ao âmago. Deixava, portanto, se
evadir.</span></div>
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-15102438716836770452011-10-04T01:14:00.003-03:002011-10-04T01:14:32.962-03:00Ar seco.<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="mso-ansi-language: FR;">SAEZ, Damien : « […] Des concerts en sourdine où je chante ton nom pour oublier le mien. Pour oublier un peu que toi, tu n'es pas là quand l'hiver se fait rude. Que je n'ai plus que moi avec qui partager ma propre solitude. […] Moi, je fuyais l'amour parce que j'avais trop peur, oui, trop peur d'en mourir. Mais à trop fuir l'amour, c'est l'amour qui nous meurt avant que de nous fuir. » </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="mso-ansi-language: FR;">Ouviu seus gritos. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Colocou os óculos mais perto dos olhos pra deixar de ver embaçado. Caminhou sem firmeza nos pés. Quanto mais próximo, mais distante os gritos que se perdiam entre um suspiro e outro.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Na tentativa inútil de matá-lo, corria a poesia pela sua veia. O sangue era vivo. Vermelho intenso e manchava o lençol branco que secava ao vento.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Fechou a porta com voracidade, impedindo que os sonhos escapassem. Era inútil. Foi inútil. Ele desistiu de sonhar depois de perder a voz.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Ele perdeu a voz. Perdeu a consciência e vagava entre um toque e outro do piano.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Sem entender, ele sentia.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Parou de sentir e foi sentar do lado de trás da porta. </span> <span lang="PT-BR" style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Lá</span> <span lang="PT-BR">onde ventava. Fechou os olhos e sentiu a primavera, que o vento insistia em esfregar em seu rosto. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Fechou os olhos e conseguiu ver o outro. Sofreu pela décima primeira vez. E pela décima primeira vez enxugou as lágrimas antes mesmo delas escorrerem em sua face.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Perdeu os sentidos e aumentou os decibéis. A música invadia a alma. A alma, por sua vez perdeu o fôlego na tentativa de pedir socorro.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Dessa vez ele não conseguiu enxergar o outro e percebeu ausência. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Tropeçou nos sapatos velhos deixados no caminho. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Eram concertos surdos, cantava o nome dele pra esquecer o seu. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Sentia o frio das noites quentes quando ele não estava por perto. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Fechava os olhos tentando ser exato, tentava esquecer a racionalidade e pensava nos lábios que há tempos não sentia. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Grudou as pontas nos dedos nos cabelos caídos em frente aos olhos, abaixou a cabeça procurando escrever uma historia nova, menos exata, mais intensa e sem barreiras. Era em vão. Não sentia. Não era capaz nem ao menos de controlar sua respiração. Os dedos não corriam na velocidade dos pensamentos. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Era o fim daquilo que criou. Do monstro de si que conseguia ver através do espelho mesmo com as luzes apagadas. Pensava no amanhã como aquela fome de amor que sentira a instantes. Abriria a janela em vão, o vento não retomaria o mesmo curso. Nem ao menos as musicas o tocariam da mesma forma. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Faria amor com o silêncio e em silêncio se entregaria ao vento, esperando ventar. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Tentava diminuir um pouco da intensidade da luz que o cegava. Era em vão. Era amor, dor, vontade, tudo junto.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Tinha vontade de cortar o peito e arrancar com as mãos o outro. Mas percebeu que Era o outro inteiramente e que não podia mais fugir, sabendo que já não tinha mais forças para andar.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Fechou o olhos pela décima primeira vez esperando ser tocado nos lábios.</span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-62639378509175919972011-09-20T18:09:00.002-03:002011-09-25T19:02:16.222-03:00Afinal,<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">“Me abraça, me aperta</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Me prende em tuas pernas</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Me prende, me força, me roda...”</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">eu o quis, com os argumentos de que ele também ousasse querer. A sensação que eu tive é de que os pingos de chuvas chorariam ausência por perder o ar, sufocados pela poeira em que os raios não tragarão. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">O ar, quase que fresco deleitava o que eu estive por sentir. Ora eram mãos e silêncio. Outrora gritos sem toque.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Metástase sem o mínimo de coeficiente em mutação. Eram os seios que jorravam vida, daquela que nunca ousou entregar-se ao mar. “Parece que o mundo foi feito prá nós”. Era sintonia e discórdia. Os olhos queriam bem mais que pudessem ter. Enquanto os corpos entrelaçavam-se tentando nesse aperto, buscar a essência daquele desencontro.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Estavam perdidos entre meios aos trechos curtos daquele teatrinho desconexo que tentavam atuar antes mesmo de o roteiro ser escrito e revisado. E então, os corpos suados se apagaram em meio à força que perderam e sorriram um para o outro, respeitando a intensidade individual.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Não se pode dizer que não houve sonhos. Não se pode dizer que não estavam inteiros, ali, um para o outro. As cicatrizes impostas eram visíveis. Talvez, por essa ou outra razão desconhecida eles tivessem que se abandonar antes do nascer do sol.</span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-42057948344292689382011-09-14T01:49:00.002-03:002011-09-14T02:10:45.188-03:00A fuga<div align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Travestia-se de sonhos entre um cigarro e outro.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Sua voz soava como algo inesperado, enquanto seu sorriso representava o brilho que tentava esconder nos olhos.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">As palavras eram simples, mas profundas, e, indagavam uma vontade inusitada de não querer partir, mas, de forma harmônica, sintetizava o que os lábios sentiam ao se tocarem.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Falavam das coisas que viveram, com a falsa ilusão de se encontrarem entre uma emoção e outra. </span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">As mãos que os empurravam os aproximavam cada vez mais. Era obvia a distancia que tentavam se impor, mas cada toque deixava clara a aproximação. </span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Cada degrau que subiam, uma mistura de vontade e medo tomava conta dele. Enquanto o outro fechava os olhos e sentia.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Já com a certeza de que iria sentir o cheiro dele pela manhã, fechou as cortinas, para que o vento não espalhasse aquilo que deveria permanecer em silêncio.</span></span></span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-25918082555647687782011-08-29T13:55:00.000-03:002011-08-29T13:55:20.171-03:00"Fazia frio, nevava em São Paulo..." <br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Os olhos sorriram de medo. As mãos trêmulas não puderam fazer o contato da derme. Esta tudo aberto. Faz frio aqui. “Juntos morreríamos, pois nos amamos”. A vontade do final da tarde para ver aqueles olhos castanhos brilharem ao encontro dos meus novamente. A alegria da manhã pra ver o sol nascer dentro de mim. Estamos (estou) perdidos em meio a tanta fumaça. Tantos nãos que eu já perdi a veracidade dos fatos. Embalei nos sonhos dele e gritei. Senti as vísceras todas, mas dessa vez do lado externo ao corpo. Gritei de dor ao entender a mutação dos órgãos. Dessa vez não é medo. Já vi muitos desses decepados tête-à-tête. Nada mais me apavora se não minha ausência. Perdi as medidas, já não sei mais onde começa um e termina o outro. E a diferença que se faz presente. A não negação faz meu coração bater mais forte. Eu me pergunto se ainda haverá outra vez. Outra historia, dentro de toda aquela que desenhei e ele não tocou. Uma projeção dos lábios que nunca se viram, mas dos corpos que (talvez) se amem em silêncio. De repente tudo isso é uma alusão do espírito. Mas a carne sangra. Ferida exposta. Carne viva. São as Aguas Vivas (da Clarice) que me interpelam. Sinto vontade dele. O sorriso inteiro, a voz interrompida, as conversas sem sentido atropeladas pela ânsia de ir adiante. O toque das mãos. O vento tocando em seus cabelos. E o seio da essência. Não é desejo. Não é carne, mas sangra. E vontade de pegar nas mãos e ir dançar na chuva. E que não haja chuva. E que chova na gente. Eu espero. Não sei por mais quanto tempo. </span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Mas, eu.</span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-83366829641794311462011-02-05T19:17:00.001-02:002011-02-16T10:20:10.121-02:00Sintonia.<div align="justify">Ele sorria. Tracei os sonhos ali. Densos. Frutivos e o nada.</div><div align="justify">Enxerguei todas as coisas das quais ele não podia me dar. Vivi. Amei. Sofri. Indaguei tudo o que tinha pra viver no instante em que ele sorria.</div><div align="justify">Ousei pouco mais invadir o eu do sorriso dele. Me perdi. Descobri ali quão doente sou. O é nunca aprende. E. No entanto. Sorrisos não são promessas. Mas porque o silêncio?</div><div align="justify">Ele sorria em silêncio. Indagava entre uma palavra e outra um suspiro mais contido. Pra ser. Por segundos pareceu-me que o eu do sorriso iria se entregar. Por segundos amei aquele sorriso. E o eu o odiou por todo o sempre.</div><div align="justify">Porque as coisas são de um eu assim tão profundo. Vai invadindo todo o corpo sem limites. A essência se perde no outro. Na razão de ser. Assim como a esperança do eu de amanhã. Ja não faz mais assim, tanta diferença. O ontém ja esta tão longe de ser o eu presente.</div><div align="justify">Para que servem os limites? As historias de amor ja estão mais pra estorias. O eu não é se não aquilo que se pode ser. A fada é quem conta o conto e eu confesso estar perdido. Perdi o eu.</div><div align="justify">Achei que fosse conseguir lidar com essa praticidade toda que é o agora. Mas não eu. Sou aquele. Sou Ser. Sou é. O de sempre. Tão antigo quanto a necessidade de respirar...</div><div align="justify">Não tem sorriso. Não haverão promessas. O agora é dor. O ser não faz parte do agora. Morro. Peço um tempo pra morrer.</div><div align="justify">Depois volto. Maduro. Menos intenso. Menos eu. Mais pratico. Aprenderei a dizer não. Não é e não ser. E o eu não vai experimentar o agora. Serei eu dentro do eu, buscando algo mais forte que essa pressão toda de lidar com o ser do sorriso, que na verdade não é eu. E nem faz parte daquilo que o espelho representa. Sou eu e eu aqui estou envolto de palavras e interrupções. So pra tentar ser. Sou eu ou eu sou aquilo que se tem de ser. O eu não pode ser eu. Existem barreiras pra poder ser aquilo que se é.</div><div align="justify">Existiram és. Mas o agora esta buscando o eu, pra ser. De quantas mais barreiras o é precisa atravessar pra chegar a ser. Não são dois. Ai que esta o problema de ser aquilo que é precisa ser. E que o eu não é e não pode ser.</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-38827688439475938342011-01-16T13:10:00.002-02:002011-01-16T17:16:44.635-02:00Natureza morta.<div align="justify">"Ne prenez pas garde à mon teint noir: C'est le soleil qui m'a brûlée" </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Fim. Não precisei fechar os olhos pra ver. Está ali. Sentia mas não o via.</div><div align="justify">Abusava do intenso brilho dos olhos. Sem tempo. Sem respiração. Sem cheiro. Nada.</div><div align="justify">Estava ali e não estava. O canto. A luz. De uma forma que me pregava nas coisas. Entender o óbvio. Esquecer a fonética das coisas. Embriagar-me dos objetos inanimados. Sorrir ao desconhecido. O novo. O medo. Perguntas. Razões. Respostas. Ou a falta delas. Sonhos. Regressões. Revolta. Causa. Complicações. Desejo. Medo. Sonho. Tristeza. Voz. Silêncio. Vozes. Delitos. Anseios. Esperança. Morte. Ação. Pausa. Movimento. Abuso. Vítima. Poder. Sorte. Medo. Muito medo.</div><div align="justify">Estava aqui. Agora mesmo. Não. Não estava. Complicações. Revoltas. Taras. Anseios. Ombro. Peito. Costas. Dialogo preso. Peito aberto. Frio. Calma. Dor. Muita dor. </div><div align="justify">Mescla de poder e barreiras. Humanidade. Sorriso. Dar as costas. Promessas. Tortura. Causa. Efeito.</div><div align="justify">O óbvio e o seu. Delírios. Amor. Dor. Assim. Sequência. Lágrimas secas. Secas lágrimas. Relógio. Angustia. Saudade. Medo. Morte. Sonhos. Sabores. Toque. Beijo. Carícias. Fidelidade. Eternidade. Sonho. Miséria. A terra se abre. Não o vejo. Porém. Ali estava. Não esta. Objeto. Crenças. Poderes. Dor. Fato. Sequência. Morte. Novo. De novo. Clico. Ganância. Versos. Poesias. Você. Vazio. Vazio. Você.</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-3427981817254178342010-12-13T09:08:00.001-02:002010-12-19T16:51:24.409-02:00Voie D<div style="text-align: justify;">"No dia em que você foi embora eu fiquei sentindo saudade do que não foi"</div><div style="text-align: justify;">Lenine</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Foi há instantes, mas já não me lembro se outono ou se o frio já tomava conta dessa paisagem delicada e fúnebre.</div><div style="text-align: justify;">Olhamos-nos nos olhos como se ainda houvesse esperança. Não nos abraçamos. Os minutos tomaram conta da situação enquanto as evidentes barreiras tomavam forma juntamente os resquícios do que destruimos pra estar ali.</div><div style="text-align: justify;">Sentia o inverno no rosto enquanto suas mãos se aproximavam. Tracei os sonhos no vapor e não os tive tempo de viver.</div><div style="text-align: justify;">Ele me pediu pra fechar os olhos. Obedeci.</div><div style="text-align: justify;">Foram suas mãos que tocaram os meus lábios, como quem precisasse uma forma de medir o desejo.</div><div style="text-align: justify;">Não haviam promessas...</div><div style="text-align: justify;">Estava cego. E vivia. As estrelas artificiais ultrapassavam as pálpebras. As cadentes. Essas estavam bem longe de acontecer.</div><div style="text-align: justify;">E foi assim, nessa esquina, parado, que percebi o seu sorriso.</div><div style="text-align: justify;">Agimos como se tudo aquilo existisse a muito. E como muito, mantivemos uma certa distancia real, que só o tempo pode deduzir.</div><div style="text-align: justify;">Matei portanto, todas as formas possíveis de esperança antes mesmo que elas ousassem nascer.</div><div style="text-align: justify;">De repente, essa vivência intensa de silêncios e presságios deixariam de existir.</div><div style="text-align: justify;">Não falamos do amanha, o silêncio era mais forte.</div><div style="text-align: justify;">Tentei ser o mais natural possível, mas nessa tentativa deixei de ser eu mesmo tentando ser aquilo que acredita ser o melhor.</div><div style="text-align: justify;">A cada segundo, passos inertes. A cada fio de esperança que ousavam nascer eram sufocados pelo frio.</div><div style="text-align: justify;">O amor foi-se embora, perdido.</div><div style="text-align: justify;">Comemos e bebemos do óbvio até que ele se endormiu nos meus braços.</div><div style="text-align: justify;">Não posso organizar sentimentos dessa forma. Empilhados numa prateleira qualquer, como papéis amarelados com o tempo.</div><div style="text-align: justify;">Felicidade é endorfina. Sentimento é razão. Somos todos réplicas do medo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8215632862015696002.post-53079727067907161222010-12-04T11:43:00.002-02:002010-12-04T13:03:36.013-02:00pages of the evolution<div style="text-align: justify;">"Decifra-me ou devoro-te"</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As vezes a vida faz você pensar em cinema.<br />
Ficção é bem a palavra que evoca o novo. Alguns precisam de uma certa mudança. Já outros. Maníacos do seu próprio ego, egoístas de suas próprias faunas, criam certas barreiras contra si. Na tentativa de vingança, acabam afundando cada vez mais.</div><div style="text-align: justify;">Inúmeras são as perguntas que você têm feito ultimamente a cada manhã no espelho, e, talvez, não no mesmo ritmo, uma outra parte de você foge das marcas cotidianas de expressão. Ignora o seu próprio reflexo.</div><div style="text-align: justify;">O problema é bem mais massivo do que se pode pensar. O mercado te joga o produto, e, na maior parte das vezes é você quem esta em evidência. Essa evolução constante pode ser comparada com o relógio inalterado. Ou seja, você é substituído por uma animada 'coisa' nova. Perde-se então as medidas da importância de tudo o que fez, de tudo aquilo que você foi ou aquilo que você é desde então.</div><div style="text-align: justify;">Do outro lado da rua alguém já deixou pra trás as evidências que eram suas, <em>désormais</em> devaneios e eis que a prova da criação que não passava, <em>non plus</em>, de um sucesso instantâneo que não fará diferença alguma na historia.</div><div style="text-align: justify;">A historia, por sua vez, é reflexo da população atual. A mesma que se alimenta de televisão e respira dinheiro. Não há o outro, do outro lado da linha. Pessoas são sinônimos de trabalho, e o que entendia-se por trabalho, verdes cifras. A corrida desenfreada pelo nada.<br />
Linhas aleatórias. Pessoas. Corrida. Tempo. E como colocar em evidência os paranóicos metódicos que entram em estado de calamidade se a marca do suco de laranja reformula a embalagem.</div><div style="text-align: justify;">E a casca que importa. A precisão de peso e medida nunca foram tão cruciais quanto ao mal do século.</div><div style="text-align: justify;">As pessoas precisam cada vez menos uma das outras que a natureza morta desperta uma beleza viva e real.</div><div style="text-align: justify;">Crianças são pequenos exércitos de má vontade e o reflexo disso será bem claro. E se pensarmos no futuro presente, veremos que esses casos rotineiros de violência não passam da falta de limite.</div><div style="text-align: justify;">Problemas como a camada de ozônio foram deixados de lado. O que realmente importa nesse momento é a liberdade de violência. Onde a expressão é a liberada falta de bom senso e valores humanos já não passam de ufania.</div><div style="text-align: justify;">O século XXI deixou bem claro que o céu agora é cinza e que liberdade é sinônimo de impunidade. Guerras se tornaram tão necessárias quanto ao cotidiano e matinal <em>jus d'orange</em>.</div><div style="text-align: justify;">Falta de comunicação é grave. Mas a raiz do problema esta de fato na interpretação dos fatos. Mas investir na educação é também criar contras. E essa demagogia não tem fim.</div><div style="text-align: justify;">De um lado a direita, do outro, o social. O capital contra a esquerda. O social gera o capital, que por sua vez, devora o social.</div><div style="text-align: justify;">A fome pelo novo nada mais é que a necessidade de virar essas paginas da evolução, deixar o retrogrado apodrecer e a revolução dar suas caras. </div><div style="text-align: justify;">Se você pensar no 'novo-rico', vai perceber que a necessidade de mostrar é bem mais forte que a razão de ter. E a disposição do capital adquirido sobrepõe o social.</div><div style="text-align: justify;">A liberdade é um passo ao risco. Essa busca desenfreada pelo nada é que faz a ilusória mudança. E não importa se você cuide apenas do 'seu'. Metodicamente, suas intenções atingirão positiva ou negativamente o outro.</div><div style="text-align: justify;">A evolução nos faz entender na pratica como é o funcionamento da cadeia alimentar, ou o ciclo da vida.</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05168776206543995072noreply@blogger.com1