terça-feira, 27 de maio de 2008

premissa

Perdido no inalterado do seu beijo
Quero fugir pela janela da desilusão
Por onde andarás o afeto
Falta-me força pra ser pronto
Devolva-me a angústia
Para que eu possa gritar um som de dor
E que não soe razoável
Devolvo os teus sinais como fonte de liberdade
Já não mais procuro,
Assim, quem sabe encontro,
Cansei de perder o que não tenho
E sonhar com os sonhos pressupostos
Soltos e imensamente perdidos
Estarei aqui,
Pois, que segurando meus próprios punhos,
Pra que não seja uma passagem pro infinito
E que o sol volte a brilhar num tom dourado
E que os raios ultrapassem o vitral,
Refletindo seu rosto cansado e demolido
Sei que não posso perder o que nunca tive
Dar fim no que se nem começou,
Péssimos são os relacionamentos,
Que me levam a um breu lacrimejante
E se fossem pássaros
Pousaria em várias terras,
Voltaria ao mesmo ninho,
Que depositassem seus anseios
A, a dor,
Essa reluzida na sombra,
Mas nem houve preocupação degolada
Não há sol
Portanto, sem reflexos,
Sem mais anseios,
Sem você
E o telefone pararia de tocar por instantes,
Eu me surpreenderia ao olhar no espelho
Os olhos vermelhos,
E o brilho opaco,
Lágrimas desceram,
Lágrimas gritaram desespero,
Traduzida na angústia pregada
E suas mãos se encontram pra cima,
Pros lados,
O que fazer com a barreira humana
Por onde mandar o tédio desconsolado
Quando se prende num mesmo travesseiro
E se perde nos fios deixados nos papeis do avesso
Escrevo agora com giz marrom sobre a minha testa
Numa repugnância paradisíaca
Vejo-te agora sobre as pedras
Deixando de lado sua ignorância
Que foste posta à prova,
Mas em menos de alguns menos infantes
Escuto, ouço...
E vomito
Todo e tudo,
Fazer o que
O barro moldado,
Ao ser mexido,
Quebra-se,
Que fazer com os cacos de hombridade
Com o telefone insistente a tocar
E os dedos pertinentes à recepção
Mas quando se trata do ‘conquistado’
Mero desamparo,
Pra que cativar a cada manhã o cativado
Falar, falar, falar.
E pra onde ir...
Que fazer,
Não sei mais nem pra que time torcer
E mais que confuso,
Um desespero, mais que medonho toma conta.
Dessa vez uma ânsia,
Eu quero é viver em paz,
Por favor, me beija a boca,
Depois me toma em seu corpo
Entorpece em meio aos longos traumas
De altas pancadas
Doeria bem menos,
Bem menos
Se pudesse tomar banhos quentes por toda madrugada
Pra ajudar a cicatrizar as feridas que sangram da noite
e quando a água passa pelo corpo podre,
aquele que expira,
inspira sexo,
e sexo, por onde andarás,
Leva consigo o ralo,
Todas as lágrimas,
Todas as feridas cortantes
E o sangue apertado,
Um suspiro faz revoltar,
Tomar alguma atitude ao imóvel
Na verdade,
Calejado,
Já não pode mais andar,
Ouço pela noite os roncos do motor refletido em um amarelo manga,
Entra como uma esfera quadriculada
De difícil percepção
E me toma o sono,
Traz consigo a fome
O desespero
E você, aqui na minha frente,
Mais ausente que meu próprio ego
Que perdi por uma rua larga
Iluminada pelo luar
Num céu sem estrelas,
Quero o brilho puro,
Ao iluminar a aurora
E te trazer para um terço do meu abismo
Pra como é o gosto é amargo,
Porque a gente só percebe quão é amargo,
Vem-se na boca,
E quantos espelhos,
Pro rosto se perder,
E me percebo cravado em sua retina,
Mas...
“Sinto que sou um tanto bem maior”
E não me encontro no vazio.
No vazio de você

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