sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sintonia.

Ele sorria. Tracei os sonhos ali. Densos. Frutivos e o nada.
Enxerguei todas as coisas das quais ele não podia me dar. Vivi. Amei. Sofri. Indaguei tudo o que tinha pra viver no instante em que ele sorria.
Ousei pouco mais invadir o eu do sorriso dele. Me perdi. Descobri ali quão doente sou. O é nunca aprende. E. No entanto. Sorrisos não são promessas. Mas porque o silêncio?
Ele sorria em silêncio. Indagava entre uma palavra e outra um suspiro mais contido. Pra ser. Por segundos pareceu-me que o eu do sorriso iria se entregar. Por segundos amei aquele sorriso. E o eu o odiou por todo o sempre.
Porque as coisas são de um eu assim tão profundo. Vai invadindo todo o corpo sem limites. A essência se perde no outro. Na razão de ser. Assim como a esperança do eu de amanhã. Ja não faz mais assim, tanta diferença. O ontém ja esta tão longe de ser o eu presente.
Para que servem os limites? As historias de amor ja estão mais pra estorias. O eu não é se não aquilo que se pode ser. A fada é quem conta o conto e eu confesso estar perdido. Perdi o eu.
Achei que fosse conseguir lidar com essa praticidade toda que é o agora. Mas não eu. Sou aquele. Sou Ser. Sou é. O de sempre. Tão antigo quanto a necessidade de respirar...
Não tem sorriso. Não haverão promessas. O agora é dor. O ser não faz parte do agora. Morro. Peço um tempo pra morrer.
Depois volto. Maduro. Menos intenso. Menos eu. Mais pratico. Aprenderei a dizer não. Não é e não ser. E o eu não vai experimentar o agora. Serei eu dentro do eu, buscando algo mais forte que essa pressão toda de lidar com o ser do sorriso, que na verdade não é eu. E nem faz parte daquilo que o espelho representa. Sou eu e eu aqui estou envolto de palavras e interrupções. So pra tentar ser. Sou eu ou eu sou aquilo que se tem de ser. O eu não pode ser eu. Existem barreiras pra poder ser aquilo que se é.
Existiram és. Mas o agora esta buscando o eu, pra ser. De quantas mais barreiras o é precisa atravessar pra chegar a ser. Não são dois. Ai que esta o problema de ser aquilo que é precisa ser. E que o eu não é e não pode ser.