domingo, 21 de setembro de 2008

monotonia.

Vamos passear pela praia...
sujar os pés na areia,
andar descalço com o peito a mostra.
se a chuva fizer presente,
vamos pra casa,
botar os incensos de lado,
embriagarmo-nos com os peixinhos do aquário,
envoltos no mesmo edredom
e supridos do mesmo hábito.
O que em mim te fez persistência.
O retorno.
Os olhares e os corpos se encontrando...
Aprendi que nada mais permanece estático quando penso em voce,
e quando voce me invade.
Por quantas vezes seria necessário olhar no espelho pra te encontar.
Por quantas noites mais vou parar para observar a lua desaparecer
e o brilho, o sol e as núvens se encontrando.
O ambiente é outro.
Eu sou outro.
Os outros, os que antes eram os mesmos,
agora não páram - vagueia pra lá e pra cá.
Avisto um tenis roxo,
que me faz relembrar o ontém, o presente. O voce.
E por onde anadarás agora?
E quanto mais será preciso?
É reflexo.
As pessoas não sabem o que falam,
e no entanto, não se calam.
Elas passam do verdadeiro limite. O da emoção.
Tudo ao menos persistente, deveria ser sólido, o brilho.
Hoje, híbrido.
Me faz pensar em desistir.
Preciso me focar em outro agora.
O "pra sempre" acabou, me sobra o resto de repugnância.
Agora. A troca.
O íbrido novamente.
E toca. Atendo. Por onde andas?
Percebo o jogo que se faz com as palavras, e encara o meu sorriso bobo.
Se me perguntares o que quero agora.
Diria que é sobre meus pensamentos.
Quero te encontrar à meia noite.
Tomar aquele sereno do amanhecer do dia.
E quando os olhos abrirem. Sentirei tua presença e suas mãos passando sobre o meu corpo.
O corpo sorrindo outra vez.
Pura harmonia.
E voce ai do outro lado ainda lembra.
Foram dois ou tres beijos,
talvez se não não tivesse virado as costas, poderiamos nos apaixonar.
O reencontro marca a surpresa,
hoje a recíproca e os corações ardem o medo.
Agora a intensidade das coisas são mais reais.
Existe o outro.
Em que gaveta do armário o coloco.
Existe espaço para os dois.
Um pela conquista. Outro pela reconquista.
E o espelho, esse que fique na memória...
As pessoas já não mais sabem o que dizem, entretando.
Não se calam.

3 comentários:

  1. "Vamos passear pela praia...
    sujar os pés na areia,
    andar descalço com o peito a mostra.
    se a chuva fizer presente,
    vamos pra casa,
    botar os incensos de lado,
    embriagarmo-nos com os peixinhos do aquário,
    envoltos no mesmo edredom..."

    “Quero te encontrar à meia noite.
    Tomar aquele sereno do amanhecer do dia.
    E quando os olhos abrirem. Sentirei tua presença e suas mãos passando sobre o meu corpo.
    O corpo sorrindo outra vez.
    Pura harmonia.”

    (acho q teria que sublinhar o texto todo....deixemos essas duas partes então...rsrs)


    Quando conseguimos visualizar a cena de um texto, quando podemos sentir sua textura, seus cheiros, gostos, o toque da carícia, a pele que se arrepia... Inerte... Profunda... Significa que o autor conseguiu alcançar seu mais profundo objetivo: O da concretização das palavras.
    Ouvi uma vez de um grande autor, em uma entrevista (dessas gostosas em que você se sente dentro da TV, presente na roda), que o Escritor consegue a magia de jogar as palavras pro alto e fazer com que todas elas caiam cada uma em seu exato lugar, como se houvesse uma força entre elas. Magnetismo. Sintonia.
    É esse o dom do autor.
    É esse seu dom.

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  2. Belíssimo...
    Sei que não sei o que digo, porém, aqui me calo.

    Abraços!

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