quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Passageiro.

Perdi o fôlego. Por umas duas vezes. Perdi o fôlego. Noite ainda. Quantas luzes acesas. Nenhuma invadia o quarto opaco. E seus olhos não mais brilhariam. Sorte. Talvez. Mas as bocas se encontravam distantes. Tempo. E descobrimos que não faz mais o menor sentido esse encontro. Corpos ardentes. Que um dia se amaram. Agora gelados. Fúnebres. A Janela. Em particular, sem cortina. Apenas fotos pregadas na parede. E a distancia. Da alma. Da mente e do coração. As partidas. Quantas vezes. Por quantos. Vou fugir pra ver as estrelas, sozinho. Queria ter visto a lua da janela do seu quarto. Já observava pela janela sem lua quando o elevador desceu. Sétimo andar. O mesmo perfume. A mesma voz. Talvez um corte novo de cabelo. De ambos a mudança interna. A equidise. Isso reflete nos olhos. Você está bem? E você está bem? Não precisamos dessas respostas. Está tudo embutido ali. Na fotografia sem ângulo. Olhos caídos. Uma vez ou outra. Sem mais vezes. Não existe mais o gelinho na barriga. Três ou quatro. Nem faz mais tanta diferença. Melhor lembrar o que passou. Esquecer a noite de ontem. A de hoje. Esperar um amanhã. Uma nova janela da qual eu possa ver a lua. Na esquina, mais distante ainda eles estavam. Sem braços dados. Muito menos abraços apertados. Não fazia mais sentido. Não faz mais. Sentidos. Perdi o fôlego. Perdi o brilho. Cabelos Molhados. Rosto suado. Passou. Eu fiquei.

Um comentário:

  1. Uma vez eu li que recomeçar dá um novo sentido à vida.

    Melhor lembrar o que passou. Esquecer a noite de ontem. A de hoje. Esperar um amanhã.

    É a hora de recomeçar, mesmo que seja do zero.

    ResponderExcluir