quarta-feira, 16 de setembro de 2009

nostalgie

Resolvi colocar um ponto, virei para o lado, mas não dormi. Minha mente pairava sobre a falta de razão de ser e entre a vontade de estar. Ele não estava mais ali. O retrato esquecido se apagou com o vento e a chuva. Eu não posso mais. Ultrapassei os limites e ajudei o tempo destruir o que poderia haver de bom. Uma mistura de saudade e vontade sair correndo (pra não mais voltar). Uma distração e cortei o dedo, desisti de tocar piano. Não é amor, assim eu espero. Deve ser desespero. Vontade. Indefinido.Tudo se mistura a vontade de ir adiante e o medo de precisar olhar pra trás. O tempo. A alma. Tanto desperdício para uma construção que pode dar em nada. As horas se passam e a nova rotina consome. Tanto sono desperdiçado. Abraços inalcançáveis e apelo. Vejo fotos pra sentir mais perto. Quando percebo já estou colando-as no mural dos sonhos. A vontade de apertar, feito criança na terra. Sem medo. Afinal, sei lá o que se sabe. É intenso, sempre foi.À hora é essa, os poetas estão perdidos e eu não sei mais o que fazer. Leio as linhas tortas rabiscadas no vidro empoeirado do carro. A chuva não apagou. Mas a caligrafia não é a materna e aqui não há tradução para a “saudade”. Acho que é mesmo pra esquecer o significado. Penso em você, no desencontro, no retrato mal tirado pregado na parede torta.

3 comentários:

  1. Tenho a impressão de que nunca esqueces o amor de verão. Aquele marcante, intenso e indefinido. Quer que seja pra sempre. Não pode. Assim sendo deixa saudade. Marca e reforça a vontade de viver. De tocar cada pecado e desafiar a vida na busca de novas imagens, sons e toques. Surpresa ao reencontrar aqueles pensamentos junto daquelas imagens. Nada. Tudo gira e segue em direção às sombras. Porque elas são contínuas e não se apagam!

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  2. Amar e perder é um risco que corremos...mas vale a pena. Antes amar e perder do que nunca ter amado. Entretanto, não há coisa melhor na vida do que amar e estar junto.
    E como digo, algumas coisas acontecem apenas para nos fazer sangrar.
    Às vezes dói mais do que conseguimos aguentar. Se pudéssemos viver sem paixão talvez conhecêssemos um pouco de paz, mas seríamos vazios. Quartos vazios, fechados e úmidos. Sem paixão estaríamos verdadeiramente mortos.

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  3. Tenho muitas impressões. Nenhuma delas porém vale a pena ser exposta aqui.
    Sinto-me em casa, pois contemplo uma mente tão confusa como a minha própria!

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