segunda-feira, 24 de maio de 2010

meias conversas

"O ser humano, hem! O ser humano é estômago e sexo. E tem diante de si uma condenação. Terá obrigatoriamente de ser livre. Mas ele mata e se mata com medo de viver" Amarelo Manga


Eram dois tempos perdidos dentro da mesma metáfora . As tantas exclamações, o novo, a partida. Ela de novo.
Ainda não engoli os voos perdidos, aqueles em que fui obrigado a virar e seguir a vida que não era assim, tão bem projetada, enfim...
E não é que eu ainda consigo ver beleza na estrela cadente que passa pela janela?
Sem nem pensar nos quantos anos ela deixou para tras na sua miseria de séculos de vida. Estava la. Limpa e rispida. Contemplei os instantes em que os olhos puderam capitar. Evitei estar cego ao menos por um instante. Embriaguei-me de luz e concentrei-me no próximo passo. Dentro das luzes que deveriam correr nos meus olhos. Misturei o ontem e o oculto, me perdi nas degustações do presente. Ainda me vejo perdido nas emoções passadas. Como isso é possivel? O tempo passa e as coisas permanecem inertes.
Ela, os labios mais doces. Ele os mais intensos. Nessa selva, o novo, o abismo, olhar pro lado e ver sol. Sem brilho, mais que queima.
Tantas as imperfeições e ela estava la. O tempo todo lá,  talvez perdida nos espaços das horas. Falas mal compreendidas na espera em vão. Estive enquanto pude, fiz companhia talvez até que ela percebe-se a minha presença. Mas em vão eu estava perdido, corri.
Frenetico hábito que hoje percebo quaisquer mudanças, nada de poesia escrita, a gente se beija e sorri depois.
Nada mais natural do que quando se vive. E o verdadeiro sentido disso é pensar que tudo é merda e espalhar para todos os lados. O lado triste da coisa é que não sabemos onde parar, então  continuamos, a cada vez mais embriagados, irresponsáveis, acreditando na fuga, nas falsas emoções.
Me veem filmes na cabeça. Nada daquela ação desapropriada de fatos. Nem mesmo a 'normalidade' de Pedro.
A vida, na sua frequencia, pedindo pouco mais de entusiamo para que mesmo o improvável seja dado como fonte dos principios.
Ele levanta, tenta lavar o rosto cansado enquanto tudo acontece à sua volta. Ainda é jovem e tem todo o pessimismo pra perder, muitas vidas a ganhar. 
Prefere perder-se em paixões momentâneas, mesmo aquele lance do vai-e-vem dos fatos. Onde uma conversa não passa da terceira frase que o outro encerra de forma como se houvessem coisas mais importantes, e sempre há.
Acreditei sorrindo no abraço apertado, agora, nas horas em que faltam para o dia seguinte sem saber a sequência.
Esquete traçada, contrato aberto. No seio do mundo a saudade de todos os dias, a raiva da troca e como consequência alguns mais tropeços em meio as cicatrizes da noite passada.
A esperança do novo dia ainda não morreu.
Ele levanta pela segunda vez, mas dessa vez para olhar para o espelho e tentar se impor que sempre haverão escolhas e por mais sensato que acredita ser acaba deixando mais coisas para traz, bem mais que conquistas.
São todas as cores e cinza, cada um veste a camisa que mais lhe da prazer, afinal tudo é uma mera questão de um ponto. Mais ainda não é o final...

4 comentários:

  1. "Ele levanta, tenta lavar o rosto cansado enquanto tudo acontece à sua volta. Ainda é jovem e tem todo o pessimismo pra perder, muitas vidas a ganhar.
    Prefere perder-se em paixões momentâneas, mesmo aquele lance do vai-e-vem dos fatos. Onde uma conversa não passa da terceira frase que o outro encerra de forma como se houvessem coisas mais importantes, e sempre há."

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  2. Nessa montanha de sentimentos, amores, desamores, cores e descores...Sempre terá minha mão para te apoiar, também a seu coração se quiser. Beijos meu amor! :) Te amo lindão!

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  3. Lindo texto.

    No final todos os nossos amores e dores e flores e rancores, vão construindo uma ponte para chegarmos até um momento...Essa enigmática e fascinante jornada chamada vida, é transitória. A vida é só um momento...e passa logo. E, no final, o que importa é o que aprendemos e nos tornamos com nossos erros. O que faz isso tudo por que passamos, sentimos, experimentamos valer a pena é acreditar que tudo acontece com um propósito e que por trás de cada propósito inexplicável existe a simples necessidade de encontrarmos a felicidade.

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