domingo, 12 de setembro de 2010

O vento.

"Ce parfum de nos années mortes
Ce qui peut frapper à ta porte
Infinité de destins
On en pose un et qu'est-ce qu'on en retient?
Le vent l'emportera
Pendant que la marée monte
Et que chacun refait ses comptes
J'emmène au creux de mon ombre
Des poussières de toi"
Noire Désir

Ja era tarde, embora tudo tivesse passado tão rapido que eu nem me dei conta de que não havia mais nada o que sentir. A partida foi ainda mais rapida que o tempo de espera.
Não foi nem mais, nem menos intenso que das outras vezes, mas o vento carrega as dores de outrora e tudo o que vem a partir de agora sera bem mais delicado que antes. A pele morta devera tomar seu rumo e me deixar em paz!
O espelho quebrado mostra a face desfigurada depois de tempos sem dizer a que veio. As coisas por aqui são diretas, embora também sigam um certo caminho. A cama de flores não existe mais, deixaremos o petit déjeuner para uma outra estação.
O outono se aproxima. Talvez ainda haja qualquer sorte. Qualquer esperança. Ainda é verão, embora tudo comece a ficar branco, coberto de gelo e as arvores se despedem das folhas que começam a cobrir toda a paisagem noire et blanche da tão distante montanha.
Não tenho feito outra coisa se não pensar em uma maneira de estar bem comigo mesmo. Momento de cuidar do espirito, embora o corpo nos embala a viver.
E tudo novo, e tão velho. E o choque cultural cada vez mais particular, partindo de extremos inconnus quando o sol começa a deixar de 'dar-as-caras' por aqui.
Somos todos perdidos e ao mesmo tempo adressados pelas responsabilidades que na maioria das vezes nos fazem perder o controle.
Por que, se perto do sol é tudo tão frio e delicado por aqui?
Estamos aqui com o corpo, a mente busca uma orientação por meio dessas curvas perigosas e abismos dos quais damos as costas. Tudo vira po em questão de tempo, mas a memoria fica.
Os anseios, os medos, tudo isso fica.

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