sexta-feira, 6 de junho de 2008

esse sou eu

Quanto mais o tempo passa, percebo que nos reconhecemos menos.
E todas as mudanças, se tornam um dilema: pra onde ir?
E me deparo com elas. As mudanças. O tempo todo.
Quase sempre entro em conflito. O que é natural, humano. Ao passar dos dias, percebo que não reconheço mais ou o outro, nem ao menos por uma foto. Pequena. Mal tirada. O que reluz a essência de todo um novo estado de espírito aguçado.
Absorvo. Mesmo quando as frases soltas agridem minha cabeça, é lamentável que se prenda em minha mente até ser jogada pro papel. Raramente me encontro, nem mesmo nos textos que eu mesmo escrevo. A essência estava perdida no outro.
Desilusão.
Concluo ser humanamente impossível à tradução do que sou. A que vivo.
Será que é realmente necessária essa preocupação latente?
Passamos, no sentido literal da palavra, a vida inteira tentando definir o que somos...
Sei lá, em ser livre, ético, e por ai vai...
Quanto a conhecer o outro, mera ilusão. Não conhecemos bem, na verdade, nem a intensidade de que a luz sobre sua cabeça reflete. Quanto a reconhecer ao outro então, ilusão.
Passei por mais um período lindo da minha vida, cinco meses, intensos diria, não que o amor acabe. Nem os cinco meses dêem por fim. Acredito que até aumenta, mas com mais esse tempo, percebo que quando se ama mais o outro. Se perde.
Agora, mais que depressa preciso me encontrar. Comprar perfumes, roupas, chocolates, e muitas meias, com toda a entonação e precisão dos ‘esses’ que a palavra permite usar.
Pretendo encontrar-me nos mais aguçados pratos, nem que eu mesmo os prepare.
Mais uma vez o tempo me prega uma peça, reler os amigos distantes, aqueles que em outros textos dissertei como presentes. E cativá-los novamente.
Tenho como objetivo, produzir mais textos, bem mais profundos que os textos mediocremente repetitivos que ando tecendo por aí. Publicar. Dedicar a quem esteve perto, comigo, esses tão rápidos, eu diria, cinco meses.
Sei somente que nos amamos. De resto, exatamente, prefiro dar tempo ao tempo. Nunca se sabe. Além das lágrimas que ainda descerão por mais quantas rodoviárias for necessário. Que a despedida nunca se torne eterna.
Já passei por noite aprendendo a jogar ‘campo minado’. Aprendi com isso, á dublar o tempo perdido pela ausência sufocante do sono. Fiz especial. Acredito. Tornei-me mais, também. E ganhei uma partida.
Agora, prefiro juntar: sextas e quartas feiras, fotos 3x4, dvd e mm’s. Estabelecer o quanto ainda são, importante pra mim essas coisas.
Chorar breves espaços e esperar um final de semana qualquer. Quem sabe?
E por ai, mais e mais produções de meus textos tentarão de certa forma me traduzir.
Estarei ao lado da música mais bela. Aquela que a gente coloca pra festejar os quão são importantes os amores que vivemos. Mas preciso de mudanças. Sempre. Faz-me sentir vivo.
E vivo, porque ainda me amo.

Um comentário: