domingo, 1 de junho de 2008

Há tempos


Em meio ao deserto é o que se encontra, não haveria ao menos busca persistente a se orientar, para todos os lados, o holocausto toma sua forma e não há para e nem por onde correr.
Percebe-se que a volta, o montante de areia oriundo desse mesmo deserto, e sem chuva, as plantas que por ali persistem estar, mergulham na intensidade da morte e se matam.
A vida perde o seu direito de ser, os animais choram também a falta de alimento, 
Com as mãos atadas é possível ver o mundo em seu processo de degolamento, nada se pode fazer a não ser esperar tal destruição, e com os olhos bem abertos.
De que adiantaria a fama se o dinheiro não a carregasse?
Eis então que é refeito de pequenos trapos que  recolhe no caminho de volta para a casa, e porque é tão difícil estar?
Eis o fogo.
Vida, alguma coisa pode acontecer, e geralmente não é o que se espera, na verdade, nunca é.
Ter dor é também travestir-se de vida, você pode estar hoje, com a sua calça verdeoliva, mas amanhã, ao atravessar a rua pode esbarrar em pregos voadores saltitantes, e rasgar-se – do que você entenderia então por vida, em sua mais ínfima concepção.
Agora já não mais pode mais andar, são apenas trapos.
Eis que também se perde o direito de chorar, quando se deixa as lagrimas cravadas no peito de outro, longe daqui, é quando você cansa de esperar, vai, e se esvai.

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