quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Inibidores.

Engraçado que quando criança tinha curiosidade em saber de onde vinham, de que se tratavam os remédios com aquela tarjinha. A preta. Que as pessoas costumar transcrever enquanto: é loucura.
Acabo de perceber que isso fazia mais parte de mim do que eu pudesse imaginar...
Acho que não levanto mais da cama sem eles.
São tantos os nomes para as mesmas substâncias: Valium, Prozac, Diazepan, Apraz e por ai vai...
E olha que são uma porrada deles.
todos eles pra aliviar essa minha tensão que, segundo o médico, não é nada passageiro.
Tava escrito lá: Tratamento por tempo indeterminado.
Como se agora eu fosse a própria bula do remédio, entende?
É dificil mesmo aceitar que a gente cresce, e a mente, essa anda anos luz adiante.
Quem diria que aquele absolutismo e genérica mudança de opinião não fosse apenas graça.
Obriguei-me a prestar mais atenção em mim, e a cada dia que passa, mergulho a fundo. E me perco.
São tantas as coisas que hoje fazem falta.
O desejo, o sabor, o aroma.
Mas não, são 'esses' que me fazem ir além e ainda inibem toda essa dor. Portanto meus aliados companheiros de hoje em diante.
São tantos os problemas que passaria por vezes a escrever. E nada disso. Não me orgulho nem um pouco disso. Digamos que a mente um pouco mais 'moderna' e humildade sufuciente para admitir: É. Tudo anda errado. Estou errado. Preciso de ajuda.
Ele me escuta mais ou menos quatro minutos e me dá o pré diagnóstico. São as pilulas(zinhas) da felicidade.
Não to bem. Tomo. Passa.
É mesmo, uma boa dose de Transtorno Bipolar regado ao cinismo do Transtorno Obsessivo Complusivo que me acarreta uma depressão, também (zinha). Nomes que diriam que se encaixam na paráfrase do bom senso. Idiota, se pensar assim... que faz ir pra bem mais além de onde eu poderia supor que um dia chegasse.
Nada de ofurôs. Bistrôs, com toda a repugnancia que hoje se enquadra.
Nada triste também. Dificil mesmo é quando o colchão começa a descer e voce perde os sentidos de onde está. Pára de beber água porque está indeciso entre dois copos. É fácil? Tenta quebrar um pra ver o que acontece. E a coragem? Por onde andava a outra parte? perdida em qual gaveta mesmo da postagem anterior. Encerro por aqui.
Psicotrópicos me aguardam, coquetel de comprimidos, parece poesia já né? Não é. Isso é vida real.

Um comentário:

  1. "Enquanto todo mundo espera a cura do mal
    E a loucura finge que isso tudo é normal
    Eu finjo ter paciência
    O mundo vai girando cada vez mais veloz
    A gente espera do mundo e o mundo espera de nós"

    A vida real. Verdadeira. Absoluta. Sem máscaras. Vergonhas. Pudores.
    A vida real é aquela esfinge que nos olha. Ela fita. Encara. "Você pode comigo? Pode absorver-me por completo? Encarar-me de frente?" Aquela velha e não menos que verdadeira frase já tão conhecida "Decifra-me ou te devoro". Devoro. Cabeça de humano. Racional. Corpo? Leão. A fera.
    Enfrentá-la. Pode ser difícil para uns... Fácil para outros... Despercebida para a maioria. Tem os frágeis. O grupo dos que sentem mais. Dos que tem a sensibilidade de captar tudo que lhes é passado com maior intensidade. Que sentem na pele a dor do mundo. Esses sofrem mais. Vivem mais.
    Será que um dia poderão enxergar a beleza da fera por detrás da "cara feia"? Ir além... Ver a borboleta sobrevoando o holocausto. Ver que “embaixo tem mais gente”. E que essa gente precisa de um bom exemplo. O que fazer? Dar? Ou negar-lhes? Força. De onde vem? A minha... De cima. Sempre. Haja o que houver. Sei que posso. Sei que pode. "Ainda que eu caminhe pelo vale das trevas... Não temereis..." Não temas. Além... Posso oferecer-te meu colo. Sorriso. As brechas. As setas. Siga-as, se assim achar propício.

    Damaris

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