quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Comerciais

Um seguido do outro. Assim. Emparelhados. Como se um tivesse ligação com o outro. E a pausa para o comercial. O tempo entre um trago e um soluço. Faz fumaça e me perco nela.
Viajo pelas ondas que um dia se propagaram no vácuo. Chego à luz ao inverso do brilho. Não sei por onde. Mas é mais ou menos dessa forma quando sinto a tua mão percorrendo minha sombria consciência. Bem levada eu diria. E isso é bom. Faz faltar o ar. Assombra aquilo que trás o prazer. Fecho os olhos e continuo a respirar. O som já não é mais de ausência. E sua mão. Já não preciso nem comentar a falta que me faz enquanto dorme.
Sinto o cheiro dos seus lábios que tocam o meu corpo. Assim tão profundamente. Falo daquilo que me interrompe e me leva a loucura. Por onde percorrer até chegar às estrelas do texto passado. E a pausa para o próximo trago. Sinto agora a respiração chegando mais perto assim. Da forma mais sutil sinto teu suor carregar em minhas costas. Apenas sinto.
Sentir. Sentimentos. Fugimos deles. Mas são tão bons. Tanta loucura. Mas nenhuma insanidade. Sinto o peso das mãos, que agora tocam a minha essência. Quando me permito sonhar para aquecer meus pensamentos. Sou assim, surpreendido por um frio na espinha. Um gelo na barriga. Agora sinto a respiração pouco mais forte. Mais perto. Vem. Olha bem mais de perto. Pra sentir o que eu to sentindo. Assim tão próximo do distante as mãos agora passeiam por onde deveriam estar e permanecem.
Corpo. Mãos. O verde ao lado. Interrompido por mais um trago. Mais uma dose. Dessas bem fortes de endorfina que chegam a aflorar os instintos. E paro para mais um trago.

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