domingo, 11 de janeiro de 2009

Forever.

Soava plenitude. Era música calma. Pra sempre é o que se lia nos olhos dele. Sonhos.
A luz do quarto acesa e os momentos em que passaram juntos. Assim pensando que o relógio pararia na madrugada em que faziam amor. Não se trata de erotismo. Pele. Sabe bem do que estou dizendo. Mas pensa no ser mais despudorado. Se os neologismos cantassem fariam serenata a cada amanhecer. Ou melhor. Não amanheceria e os corpos poderiam se calar pouco mais juntos.
Vários os chinelos espalhados pelo quarto, que na manhã seguinte restariam lembranças. Junto ao suor que sobrava na almofadas de retalhos. Assim encontraria ao voltar do pior pesadelo. A ausência.
Quantos os panos que o cobriam. Tais as vezes que passeava por sentir o cheiro dos olhos. Que aroma de saudade. O sorriso doce me levara daqui. Quanto passa depressa ele dizia. Talvez derramasse algumas lágrimas no banho. Ou já com os sentimentos maduros. Deixastes cair apenas água pra lavar seu pudor e a angústia desses corpos que estariam separados.
Desejo. As suas mãos quando correm meu corpo me faz lembrar entrega. Ouço palmas ao longe. Mas não existe platéia. Eles estavam sozinhos num mar de gente que os deixava parecer estar só. Solidão. E juntos. Eles choravam. Enquanto caminhavam e sentiam.
As palmas agora se faziam bem mais presentes. Invadia como a luz aquele quarto entraria sem mais leveza em seus ouvidos e o fazia aclamar. É o fim do espetáculo. Guarde as plumas que serviam de elegância. Agora é voltar a cantar no chuveiro e ir à busca daquilo que lhe pertence. E quando nada encontrares. Olhe para as flores do caminho. Barulho dos passarinhos. Encontre no céu o resto do meu olhar. Busque na sua alma e irá me encontrar. Por essência. Cheiro. Gosto. Vem me abraça forte. Tenha calma ao me beijar. Quero a voracidade do sentir. Que seja pleno. Intenso. Profundo. Por seus e meus. Por nós.
Apertarei o mais forte no piano que escutarás ao longe. Vem, viaja no meu corpo. Beija-me forte devagar. Quando os sinos dobrarem a esquina trará ao longe o grito dos pássaros. Aqueles que me fizeram cair aos tantos por você. Grita em meu ouvido. Bem baixinho devagar. Quero mesmo te matar por todas as noites. E pela manhã te fazer renovar e abrir aquele sorriso como o de novela. Que seja por essa por todas.
As manhãs. Como era pra ser puro. Quanto crime de gaveta comete com a escova de dente. Quanto amor se deixa escorrer pelo canto dormente da boca que se reprime. Fuma mais um. Seja feliz. Forever. Junte sete palavras doces e mergulhe nelas. Afunda-te em meu silencio e me beije. Por toda a face. Por toda minha existência. Por mim. Você. Por nós. Vem. Provoca-me. Quero mesmo é que me deixe nu de palavras ao te encontrar. Que tal brincarmos de sermos felizes JUNTOS. Junte tudo. Agora mergulhe tudo. Controle essas lágrimas. Realmente. Não precisamos mais disso. Olhe-me nos olhos. Compreenda quão grande ainda existe da sua pele em meu corpo. Vem faz amor comigo. Trás poesia pelo meu corpo. Mate-me três das sete vidas que me restam e que dediquei a você.
São desejos e lembranças que me fazem sorrir. Dança pra mim. Entorta a boca do que jeito que só você sabe fazer.
E faz poema doce. Desenha tua face em meu rosto. Quero me sentir embriagado de você já que hei de deixar você partir. Voe. Semeie o amor que vivemos. Vai avistar ao longe e me encontrar nas melodias tristes. Estarei em cada lágrima tua que escolher pela tua face. E quando sorrir vai morder teus lábios. Vai acordar mais cedo pra me viver. Pra me sentir. Faz amor comigo. Mas não me mate. Não me mate mesmo. Não permito isso mais. Agora é vida. Vai. Como é bom ouvir a tua voz. Vamos voar juntos. Ventou. E levei embora tua vida e teus sonhos. Tornei-me perverso e não sou mais capaz de te fazer feliz. Sou os sonhos que me foram roubados na infância. Faço parte daquela calça jeans surrada que já não mais me serve. A intolerância dos meus desejos. Hei de ser a fonte daquilo que me prende junto ao sol. Hei de ser o próprio sol e as lembranças. Um dia já embriagado lembrarei de como as palavras poderiam ser mais doces. Quando tudo ao menos deixou de ser visto.
Interrompido estarei ao primeiro sinal de que ainda existe a vida. Sangrar-te-ei até a morte. Com o teu sangue pintarei belas telas vermelhas manchadas com aquilo que me pertenceu. Serei eu ali. Entre meio ao coágulo mais brando e as poesias baratas.
Acorda mais leve e brando quando fores me desejar bom dia. Mata esse seu passado. Engole a seco seus ínfimos pecados e depois me corte. Sangue paixão desejo tudo ali olhando e sorrindo. Sombra de humanidade que ainda resta no meu peito.
Cala-me com teu beijo breve e depois me engole.

Um comentário:

  1. "O pra sempre, sempre acaba."

    Se um dia achamos diante de uma situação que fomos mortos por nossos medos, por nossos sentimentos... Ou que nos sacrificamos demais por realmente sentir demais, nos enganamos.
    Renascemos dia após dia, noite após noite, lágrima após lágrima.

    Renascemos pela questão natural de se sentir vivo, se fazer vivo. E viver nada mais é que uma verdade sensorial. Os olhos, o nariz e a boca. Os lábios que um dia tocaram, engoliram a felicidade, agora apenas sentem um sabor amargo e salgado.

    Não que isso seja para sempre. Um dia, a boca sentirá novamente o sabor doce que os olhos de outra pessoa lhe trarão, e a partir daí, será feito um outro pra sempre.

    Porque sempre, nem sempre é para o futuro.

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