Je n'ai rien à sentir...
Ele vestiu a sua melhor roupa. A que melhor que lhe cabia naquele momento. Não. Não teve a companhia do seu melhor perfume, que, aliás, havia acabado no encontro passado. Dessa vez saiu em busca daquilo que lhe parecia ser o seu ideal. E sozinho, ele saiu.
Sufocado pelo frio ele não hesitou em pegar seu casaco mais pesado.
Chovia por todo o caminho, mas o frio não era presente. A vontade de seguir. De sentir o fez pensar em ser humano.
Ele pensou em plantar um jardim, mas resolveu levar apenas uma rosa e com o sorriso despido demonstrar que veio em busca de amor.
A rosa. Os chocolates e as duas garrafas do bom vinho tinto. Confesso. Junto à esperança do novo começo, de um novo começo. Ratifico. Depois confesso.
A ansiedade que era bem maior do que a vontade de estar aconchegado naqueles braços que ele ainda não conhecia.
Sem sua capa preta de chuva ele saiu em busca de algo que lhe parecesse pleno. Por instantes se perdeu entre a vontade de ser e estar. Logo se reencontrava solitário numa daquelas ruas estreitas com nomes elegantes onde muitas pessoas, já mortas deviam também já ter passado.
Encontrava-se agora numa esquina qualquer entre o desejo de estar perto e o medo do desconhecido, que a cada segundo se tornava ainda mais desconhecido. As horas? Mais uma vez confesso estar perdido no tempo e esqueci de dizer a princípio que ele deveria ter se atrasado mais onze minutos.
Não tinha nada pra sentir, nem antes. Muito menos agora em que a espera é bem maior do que a vontade, de ser ao menos, visto.
O elevador pequeno, adaptado para apenas alguém solitário como ele, parou. Havia chegado o momento. Mas em qual das tantas portas estaria o talvez grande amor da sua vida?
Entrou meio que rispidamente e não ousou tocar em nada.
Eles não trocaram olhares. Não a primeira vista. Não. A primeira vista não aconteceram olhares perdidos. Eles não estavam apaixonados. As mãos se tocaram por encontro de um pequeno gesto de costume. Algo como quem dissesse: Seja bem vindo.
Ele se ajeitou meio que sorrateiramente no meio do sofá. Talvez tenha escolhido o seu melhor lado. E talvez ele se sentisse pouco menos denso. Pouco menos intenso. Pouco menos drástico. Pouco menos inspirado. Pouco. Menos tudo. Ele não esperava nada além das trocas de olhares sinceros em que algum momento aconteceu.
Mentira. Ele esperava grandes conversas até o amanhecer, talvez observar até que o sol retese a luz da ultima estrela do céu. Isso também não aconteceu. Chovia. Não sei se dentro ou fora dali. Mas chovia. Talvez mais dentro que fora. Era vívido, intenso e ele queria mais.
Sentia frio quando os braços lhe tocaram com certo peso e cuidado. Ele acariciava. Depois parava. Talvez pegasse no sono. Mas não. Não vou saber. E você? Quem sabe.
Ele se vestia pra partir quando resolveu abaixar a cabeça e sentir que as lágrimas correriam. Segurou firme para não chorar. De forte que era. Travestido de esse novo ser cujo coração era de pedra. Não. Cujo coração deveria ser de pedra.
Não fechou a porta e não olhou para trás, pegou seu casado pesado e entrou no mesmo elevador cujo espaço era apenas para uma pessoa. Talvez por isso ele tenha saído com os dois pés no chão. Embora ainda insistisse em querer voar. Embora seu coração batesse tão forte quando ele o tocava. Embora a poucas vezes que ousou tocar nos lábios sentiu que eram de um especial intenso. Único.
Ele partiu. E não há nada de mais, nada a mais o que sentir. Nada mais no que pensar. A não ser no momento em que possa dizer olá uma outra vez. Mesmo que os olhos não se encontrem novamente.
Numa outra vez de sentir seu coração calado bater mais forte e menos frio. Talvez de também sentir o seu corpo quente sobrepondo o dele. Talvez ele pense o mesmo. E talvez eles nunca mais se encontrem. Não há nada para acabar. Nada aconteceu. Repito. Nada.
Ele vestiu a sua melhor roupa. A que melhor que lhe cabia naquele momento. Não. Não teve a companhia do seu melhor perfume, que, aliás, havia acabado no encontro passado. Dessa vez saiu em busca daquilo que lhe parecia ser o seu ideal. E sozinho, ele saiu.
Sufocado pelo frio ele não hesitou em pegar seu casaco mais pesado.
Chovia por todo o caminho, mas o frio não era presente. A vontade de seguir. De sentir o fez pensar em ser humano.
Ele pensou em plantar um jardim, mas resolveu levar apenas uma rosa e com o sorriso despido demonstrar que veio em busca de amor.
A rosa. Os chocolates e as duas garrafas do bom vinho tinto. Confesso. Junto à esperança do novo começo, de um novo começo. Ratifico. Depois confesso.
A ansiedade que era bem maior do que a vontade de estar aconchegado naqueles braços que ele ainda não conhecia.
Sem sua capa preta de chuva ele saiu em busca de algo que lhe parecesse pleno. Por instantes se perdeu entre a vontade de ser e estar. Logo se reencontrava solitário numa daquelas ruas estreitas com nomes elegantes onde muitas pessoas, já mortas deviam também já ter passado.
Encontrava-se agora numa esquina qualquer entre o desejo de estar perto e o medo do desconhecido, que a cada segundo se tornava ainda mais desconhecido. As horas? Mais uma vez confesso estar perdido no tempo e esqueci de dizer a princípio que ele deveria ter se atrasado mais onze minutos.
Não tinha nada pra sentir, nem antes. Muito menos agora em que a espera é bem maior do que a vontade, de ser ao menos, visto.
O elevador pequeno, adaptado para apenas alguém solitário como ele, parou. Havia chegado o momento. Mas em qual das tantas portas estaria o talvez grande amor da sua vida?
Entrou meio que rispidamente e não ousou tocar em nada.
Eles não trocaram olhares. Não a primeira vista. Não. A primeira vista não aconteceram olhares perdidos. Eles não estavam apaixonados. As mãos se tocaram por encontro de um pequeno gesto de costume. Algo como quem dissesse: Seja bem vindo.
Ele se ajeitou meio que sorrateiramente no meio do sofá. Talvez tenha escolhido o seu melhor lado. E talvez ele se sentisse pouco menos denso. Pouco menos intenso. Pouco menos drástico. Pouco menos inspirado. Pouco. Menos tudo. Ele não esperava nada além das trocas de olhares sinceros em que algum momento aconteceu.
Mentira. Ele esperava grandes conversas até o amanhecer, talvez observar até que o sol retese a luz da ultima estrela do céu. Isso também não aconteceu. Chovia. Não sei se dentro ou fora dali. Mas chovia. Talvez mais dentro que fora. Era vívido, intenso e ele queria mais.
Sentia frio quando os braços lhe tocaram com certo peso e cuidado. Ele acariciava. Depois parava. Talvez pegasse no sono. Mas não. Não vou saber. E você? Quem sabe.
Ele se vestia pra partir quando resolveu abaixar a cabeça e sentir que as lágrimas correriam. Segurou firme para não chorar. De forte que era. Travestido de esse novo ser cujo coração era de pedra. Não. Cujo coração deveria ser de pedra.
Não fechou a porta e não olhou para trás, pegou seu casado pesado e entrou no mesmo elevador cujo espaço era apenas para uma pessoa. Talvez por isso ele tenha saído com os dois pés no chão. Embora ainda insistisse em querer voar. Embora seu coração batesse tão forte quando ele o tocava. Embora a poucas vezes que ousou tocar nos lábios sentiu que eram de um especial intenso. Único.
Ele partiu. E não há nada de mais, nada a mais o que sentir. Nada mais no que pensar. A não ser no momento em que possa dizer olá uma outra vez. Mesmo que os olhos não se encontrem novamente.
Numa outra vez de sentir seu coração calado bater mais forte e menos frio. Talvez de também sentir o seu corpo quente sobrepondo o dele. Talvez ele pense o mesmo. E talvez eles nunca mais se encontrem. Não há nada para acabar. Nada aconteceu. Repito. Nada.
Não sei porque a culpa e o sentimento de vazio corrompe tanto minha alma, que chora lágrimas de sangue! As sombras são o meu caminho ideal, não nego... Sofro na incertezas das oportunidades e não na certeza da solidão. Fatos e acasos que transcorrem não me afetam, não deveriam me afetar! O sutil jeito de amar eu desconheço. Nem ao menos sei se dos meus desejos me lembro... ou se os tive em algum lugar do passado?!
ResponderExcluirPor vezes são necessários desencontros para que os reencontros sejam mais intensos...
ResponderExcluirÉ este o texto a que vc se refere? Bem, sem dúvida é um bom texto, mas quero dar total liberdade para que vocês decidam o que querem apresentar. Afinal, a idéia é justamente essa, expressar o que se tem vontade...
ResponderExcluirapenas encontrar...
ResponderExcluirisso já é uma vitoria.
a musica do amor não toca sempre, maldita e bendita ao mesmo tempo. dizem que ela possui seu proprio time e deixar dizer o que deve apenas no momento do dever, o melhor do devir...
Como já dizia o poeta é preciso perder para se encontrar... bjs se cuida!!
ResponderExcluirConcordo com a Mariana. =)
ResponderExcluirSentimentos confusos, palavras objetivas! Faz-me bem passar por aqui pelas manhãs!
ResponderExcluirLindo, eu li. Mas não gostei de todo, sinceramente. Achei (como leitor chato que sou, exigente, crítico) confuso no começo; ele sentia ou não o frio? Fazia ou não frio? Porque então ele pegou o casaco? "Sufocado pelo frio ele não hesitou em pegar seu casaco mais pesado. Chovia por todo o caminho, mas o frio não era presente". Não entendi. Se a intenção era a contradição de 'sufocado pelo frio' nela mesma e junto a 'o frio não era presente', não me agradou, muito óbvio, clichê. Além de confuso não apresenta muita solidez, confiança na história, aliás, que história? O sentimentalismo também está exacerbado, no entanto isso pode ser estilo seu, seu modo de escrever, mas acho que deveria, mesmo com a insegurança do narrador ( um ponto a ser trabalhado, é puro estilo, muito bom e com várias possibilidades, merece atenção), apresentar a confiança do escritor, que parece ter começado do nada e parado em lugar nenhum.
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