“Veja você, onde é que tudo foi desabar
A gente corre pra se esconder
E se amar, se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar ”
A gente corre pra se esconder
E se amar, se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar ”
A história é interrompida como todas as outras.
Minha maturidade, ou o meu egoísmo, ou a mescla desses dois extremos não me permitem gritar. Esse sofrimento é cálido. Triste. E ao mesmo tempo sublime e incapaz de ser descrito.
Um vazio. Oco. Uma solidão imediata toma conta de toda a carne viva, que agora apodrece trêfega.
Algo que engole e mastiga ao mesmo tempo. Aperta o peito. Um nó dissimulado na garganta. A cara inchada e os olhos vermelhos, e as lágrimas insistem em martirizar um pouco mais. Vontade de gritar. Mas de invisível que sou, engulo cada lágrima salgada antes que escorram pelos lábios e eu seja capaz de sentir o sal.
Mas a esquete ainda não tinha terminado. Os atores estavam se maquiando no camarim. Ela saiu correndo com o batom vermelho borrado pela boca quando soube de tudo. Ou de nada. As coisas terminaram no mesmo acaso em que começaram. A dor é inevitável.
Mas com toda a força de uma vida, segue adiante. O caminho está livre agora. O fim e o começo de uma nova vida, ou a hora de sua morte.
Descanse em paz.
Depois, sorria.
“Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu...”
Triste.
ResponderExcluirEstava eu lendo "um vazio, um oco" e pensando cá que a solidão devora.. eis que nas próximas palavras, vem tudo "solidão toma conta da carne"....
ResponderExcluiras vezes vc descreve coisas que eu tb sinto!
Você me fala dos olhos pesados de hoje.
ResponderExcluirDaqui, eu imagino que a sensação seja a mesma daquela que toma nossos ohos quando o vento os toca desprotegidos por um longo tempo.
Hoje, especialmente hoje, é o vento do passado.
Lindo texto.
Deixe o sal tocar seus lábios.
Sorria sempre e depois se lembre de viver... Me dizem e me forçam a acreditar em palavras e momentos diversos, mas sei que sou capaz de decidir. Serei capaz de escolher? porque? Não penso em esconder mas uma avalanche seria ótima para terminar, enterrar. A vida! Os amores terrenos nào vividos. Os platonismos constantes... Sempre assim maravilhosamente embriagado! Numa estrada tortuosa e ofegante em cada subida. Lembrando sempre da delirante inclinação e dos prazeres e torturas da queda! Sem deixar que se aproximem... ou não permitir que me olhem. Recuo... na esperança de viver ad eternum a virtualidade das sombras!
ResponderExcluir...e no fim ainda nos regozijaremos na vala rasa, no meio de uma estrada deserta. Enfim sós, como sempre.
ResponderExcluirnossa gaaaaaabiiiiiiiiieeeeeeeee....
ResponderExcluiradorei o batom borrado nos lábios!!!!
saudadeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!
essa semana eu senti tudo isso, exatamente desta forma que escreveu...
ResponderExcluiro distanciar nos faz crer que possamos curar a dor.. ilusão, pois os batons borrados na face serão por si eternos..
só pra registrar que vc gritou!.. muito mais do que usar a voz em tom alto.. gritar é falar o que se sente de verdade, gritar pode ser esse simples fato de falar as palavras corretas e se libertar, sentir livre..
grande beijo.. texto perfeito, perfeito, prefeito..