"Meu coração é tão tosco e tão pobre
Não sabe ainda os caminhos do mundo
Quando não estás aqui
Meu espírito se perde, voa longe"
Renato Russo
A cada esquina um novo amor que me acena pra dizer adeus. Não sei, as vezes deduzo em passos, conversas. Eles estão la. Os amores estão la. Eles vem e vão, as vezes vem e ficam. Sempre sorrindo e eles me olham. Me olham nos olhos.
De uma forma que eu não esperava, eram desejos, emoções, aquela musica que a gente escuta, sabe? Tantos desejos, nada correspondido. "A mulher que amo seja pra sempre amada mesmo que distante". E bem isso, a vontade de seguir adiante e não poder, medo, acho que é medo.
Medo.
Talvez seja essa tal de solidão que me corroi. Mas não. Eu não acredito mais nisso. Incapacidade de viver a nossa vida pra viver uma outra. Ou o sonho de ser feliz eternamente no amor. A frase de angustia a cada novo sentimento que chega. A vontade de seguir adiante.
Adaptação é a palavra.
E a necessidade de estar com alguém. Alguém que te faça olhar pro espelho e se sentir vivo. Sozinho a gente não é nada.
Nunca,
Olho ao redor. A mistura da magia de do vazio.
O medo me deforma.
O medo me deforma.
Nesse ponto eu concordo com o Oswaldo: "que o medo da solidão se afaste". Além da aceitação do eu, mas é bem mais que isso. Olhar pro errado acreditando ser certo. O que é certo? Aquilo que as pessoas buscam traz como consequencia do que somos. A gente se transforma pelo outro. E são tantos os outros.
Acho que a gente tem que continuar nessa, cotidiano, nada que um bom sono ou musica não mude o entusiasmo. O problema não é perder. Amores, esses chegam e se vão. Cada vez mais rapido, mas sempre o mesmo ciclo.
O problema esta na cicatrização, os planos deixados. Aquela coisa gostosa do relacionamento. As coisas simples é que me fazem falta.
Muito cliché o 'pra sempre'. O regrado. Distinção de sexo. E necessario muito mais ignorância pra gente chegar onde queremos. Como Clarice prega, os bobos é que são os verdadeiros inteligentes.
Creio eu, que inventamos trajédias e transformamos em musica, pra fazer delas depois a nossa trilha sonora. A coisa do distante. Perpétuo, perfeito. Esta tudo tão alterado. O ego anda desfigurado na imagem do personagem quando ele resolve por sorrir. São tantas as besteiras.
E tantos os porques. O que me pergunto hoje é sobre a saudade. O que me faz falta? Apagar a luz, encostar a cabeça no travesseiro e se sentir além... Voce e mais nada.
Perdi-me no tempo.
Tenho medo dos meus pensamentos. E tenho varios deles me perturbando agora. Me sinto vazio, mas a integridade ainda existe. Quantas as coisas futeis à volta. Tudo tão ridiculo. Dessa vez quero o ridiculo. Experimentar como ficaria o ego sem o objeto estimado.
Amor? Não sei se acredito mais nisso. Quero alguém pra vida toda. Ou não. A saga de acordar e viver as mesmas coisas. A gente aprende a conviver e aturar os fatos, na sua realidade, em questão.
Quero fingir o riso e engolir o choro, como todo mundo. Ser artista de rua...
Vale a pena essa troca? Sera que aquilo que queremos nos torna aquilo que somos?
Ja havia pensado nisso outras vezes, essa coisa de alcançar objetivos que nem são nossos.
Não da pra acreditar naquilo que não existe. Definitivamente.
São tantos os dessabores, a porta bate a nem nos damos conta.
Sonhos e vontades. Vontade de ir embora, mas a precisão de ficar. Ou mesmo a vontade de ficar e a necessidade da partida. "Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser"
E se do outro lado da linha alguém me escuta, por favor me abraça forte. E não vai embora. Nada é eterno. As vezes acreditamos que queremos algo, mas se na verdade realmente o quisessemos o teriamos.
Mudar doi.
Larga tudo ou os sonhos. Mas e quando não mais se sonha o que é que se busca?