sábado, 29 de maio de 2010

Depressa.

"Meu coração é tão tosco e tão pobre
Não sabe ainda os caminhos do mundo
Quando não estás aqui
Meu espírito se perde, voa longe"
                                         Renato Russo


A cada esquina um novo amor que me acena pra dizer adeus. Não sei, as vezes deduzo em passos, conversas. Eles estão la. Os amores estão la. Eles vem e vão, as vezes vem e ficam. Sempre sorrindo e eles me olham. Me olham nos olhos.
De uma forma que eu não esperava, eram desejos, emoções, aquela musica que a gente escuta, sabe? Tantos desejos, nada correspondido. "A mulher que amo seja pra sempre amada mesmo que distante". E bem isso, a vontade de seguir adiante e não poder, medo, acho que é medo.
Medo.
Talvez seja essa tal de solidão que me corroi. Mas não. Eu não acredito mais nisso. Incapacidade de viver a nossa vida pra viver uma outra. Ou o sonho de ser feliz eternamente no amor. A frase de angustia a cada novo sentimento que chega. A vontade de seguir adiante.
Adaptação é a palavra.
E a necessidade de estar com alguém. Alguém que te faça olhar pro espelho e se sentir vivo. Sozinho a gente não é nada.
Nunca,
Olho ao redor. A mistura da magia de do vazio.
O medo me deforma.
Nesse ponto eu concordo com o Oswaldo: "que o medo da solidão se afaste". Além da aceitação do eu, mas é bem mais que isso. Olhar pro errado acreditando ser certo. O que é certo? Aquilo que as pessoas buscam traz como consequencia do que somos. A gente se transforma pelo outro. E são tantos os outros.
Acho que a gente tem que continuar nessa, cotidiano, nada que um bom sono ou musica não mude o entusiasmo. O problema não é perder. Amores, esses chegam e se vão. Cada vez mais rapido, mas sempre o mesmo ciclo.
O problema esta na cicatrização, os planos deixados. Aquela coisa gostosa do relacionamento. As coisas simples é que me fazem falta.
Muito cliché o 'pra sempre'. O regrado. Distinção de sexo. E necessario muito mais ignorância pra gente chegar onde queremos. Como Clarice prega, os bobos é que são os verdadeiros inteligentes.
Creio eu, que inventamos trajédias e transformamos em musica, pra fazer delas depois a nossa trilha sonora. A coisa do distante. Perpétuo, perfeito. Esta tudo tão alterado. O ego anda desfigurado na imagem do personagem quando ele resolve por sorrir. São tantas as besteiras. 
E tantos os porques. O que me pergunto hoje é sobre a saudade. O que me faz falta? Apagar a luz, encostar a cabeça no travesseiro e se sentir além... Voce e mais nada.
Perdi-me no tempo.
Tenho medo dos meus pensamentos. E tenho varios deles me perturbando agora. Me sinto vazio, mas a integridade ainda existe. Quantas as coisas futeis à volta. Tudo tão ridiculo. Dessa vez quero o ridiculo. Experimentar como ficaria o ego sem o objeto estimado.
Amor? Não sei se acredito mais nisso. Quero alguém pra vida toda. Ou não. A saga de acordar e viver as mesmas coisas. A gente aprende a conviver e aturar os fatos, na sua realidade, em questão.
Quero fingir o riso e engolir o choro, como todo mundo.  Ser artista de rua...
Vale a pena essa troca? Sera que aquilo que queremos nos torna aquilo que somos?
Ja havia pensado nisso outras vezes, essa coisa de alcançar objetivos que nem são nossos.
Não da pra acreditar naquilo que não existe. Definitivamente.
São tantos os dessabores, a porta bate a nem nos damos conta.
Sonhos e vontades. Vontade de ir embora, mas a precisão de ficar. Ou mesmo a vontade de ficar e a necessidade da partida. "Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser"
E se do outro lado da linha alguém me escuta, por favor me abraça forte. E não vai embora. Nada é eterno. As vezes acreditamos que queremos algo, mas se na verdade realmente o quisessemos o teriamos.
Mudar doi.
Larga tudo ou os sonhos. Mas e quando não mais se sonha o que é que se busca?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

meias conversas

"O ser humano, hem! O ser humano é estômago e sexo. E tem diante de si uma condenação. Terá obrigatoriamente de ser livre. Mas ele mata e se mata com medo de viver" Amarelo Manga


Eram dois tempos perdidos dentro da mesma metáfora . As tantas exclamações, o novo, a partida. Ela de novo.
Ainda não engoli os voos perdidos, aqueles em que fui obrigado a virar e seguir a vida que não era assim, tão bem projetada, enfim...
E não é que eu ainda consigo ver beleza na estrela cadente que passa pela janela?
Sem nem pensar nos quantos anos ela deixou para tras na sua miseria de séculos de vida. Estava la. Limpa e rispida. Contemplei os instantes em que os olhos puderam capitar. Evitei estar cego ao menos por um instante. Embriaguei-me de luz e concentrei-me no próximo passo. Dentro das luzes que deveriam correr nos meus olhos. Misturei o ontem e o oculto, me perdi nas degustações do presente. Ainda me vejo perdido nas emoções passadas. Como isso é possivel? O tempo passa e as coisas permanecem inertes.
Ela, os labios mais doces. Ele os mais intensos. Nessa selva, o novo, o abismo, olhar pro lado e ver sol. Sem brilho, mais que queima.
Tantas as imperfeições e ela estava la. O tempo todo lá,  talvez perdida nos espaços das horas. Falas mal compreendidas na espera em vão. Estive enquanto pude, fiz companhia talvez até que ela percebe-se a minha presença. Mas em vão eu estava perdido, corri.
Frenetico hábito que hoje percebo quaisquer mudanças, nada de poesia escrita, a gente se beija e sorri depois.
Nada mais natural do que quando se vive. E o verdadeiro sentido disso é pensar que tudo é merda e espalhar para todos os lados. O lado triste da coisa é que não sabemos onde parar, então  continuamos, a cada vez mais embriagados, irresponsáveis, acreditando na fuga, nas falsas emoções.
Me veem filmes na cabeça. Nada daquela ação desapropriada de fatos. Nem mesmo a 'normalidade' de Pedro.
A vida, na sua frequencia, pedindo pouco mais de entusiamo para que mesmo o improvável seja dado como fonte dos principios.
Ele levanta, tenta lavar o rosto cansado enquanto tudo acontece à sua volta. Ainda é jovem e tem todo o pessimismo pra perder, muitas vidas a ganhar. 
Prefere perder-se em paixões momentâneas, mesmo aquele lance do vai-e-vem dos fatos. Onde uma conversa não passa da terceira frase que o outro encerra de forma como se houvessem coisas mais importantes, e sempre há.
Acreditei sorrindo no abraço apertado, agora, nas horas em que faltam para o dia seguinte sem saber a sequência.
Esquete traçada, contrato aberto. No seio do mundo a saudade de todos os dias, a raiva da troca e como consequência alguns mais tropeços em meio as cicatrizes da noite passada.
A esperança do novo dia ainda não morreu.
Ele levanta pela segunda vez, mas dessa vez para olhar para o espelho e tentar se impor que sempre haverão escolhas e por mais sensato que acredita ser acaba deixando mais coisas para traz, bem mais que conquistas.
São todas as cores e cinza, cada um veste a camisa que mais lhe da prazer, afinal tudo é uma mera questão de um ponto. Mais ainda não é o final...