terça-feira, 24 de junho de 2008

o pernilongo

é fim de dia,
mas não é domingo,
e tudo permanece da mesma forma,
só aquele vazio trazido pela rotina que permanece,
quando já se concluiu metades das provas,
e sabe-se que ainda tem a outra metade pra ser alcançada,
e a forte rotina não ajuda nem um pouco,
enquanto as meias e as cuecas secam no varal,
com cheiro de amaciante, e por fim, macias...
lavadas e limpas para que um novo ciclo recomece
agora, faltam menos de duas semanas para essa liberdade
e o que fazer com ela,
medo de entrar em desespero,
vontade de ligar,
e não ligo,
e os sentimentos batem de frente com a realidade,
quando se joga de lado as fotos dos murais caídos,
pra poder deitar,
e a bagunça a parte que ta, de certa forma,
me incomodando,
deve ser o ciclo vicioso tentando me mostrar como anda minha vida,
e te deixar de pernas pro ar, não ajuda em nada...
é bem mais profundo quando não se sabe mais o que fazer,
olha pra matéria toda que precisa ser lida,
e é deixada de lado,
hoje a aula mais chata acabou mais cedo,
mas cheguei em casa mais tarde que o de costume,
malditas serão sempre as terças feiras a partir de agora,
porque me fazem lembrar você,
e o lençol sujo que insisto em não trocar,
mesmo estando sujo, de certa forma ainda sinto o seu cheiro,
mas sei lá, de repente,
só uma pausa pra esse ciclo vicioso recomeçar,
se o lençol sair da cama,
vai precisar de um novo destino,
ai teria que me desprender de algum tempo,
até decidir o que fazer com ele...
por isso, o lençol amarelo e furado,
permanece no mesmo lugar,
talvez um pouco mais pra direita que pra outro lado,
pelos amassos do corpo pesado e cansado pela madrugada a dentro.
Quase cai, agorinha mesmo,
quando resolvi impedir que os pernilongos entrassem pela janela,
não importa que o dia está frio, eles insistem.
Por mais gelado que aqui parece,
Pra eles deve estar quentinho,
Ou eles querem meu sangue, e meu sangue, pra eles eu não dou.
Pelo menos não agora, depois, quem sabe.
Voltando ao quase tombo,
Pelo cesto de roupas sujas, imundas, outras nem tão sujas,
Que insistem em permanecer por aqui,
Mas sei lá,
Se tirar daqui, boto onde...
Não me agrido mais com isso,
O importante agora,
É que depois de lavar todas aquelas incontáveis meias,
Juro que tentei,
Mas elas foram mais rápidos que eu,
E por fim, não dei conta,
Mas aqui estou,
Reclamando de uma falsa fome
De uma tediosa bagunça,
E nada faço!
Tudo permanece estático.
E o telefone ainda não tocou...
Mas sei lá,
Conversamos pela tarde,
Porque a necessidade da noite...
Ninguém merece essa espera,
Se tivesse um carro a álcool,
Já teria te buscado pra me fazer companhia,
Mas olha, um carro a álcool heim...
Outro não vale.

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