terça-feira, 4 de novembro de 2008

Depois de ontém.

Era uma tarde linda. De verão.
Espera um pouco, dizia ele. Verão que nada. Inverno. Se a história começar errada o fim não poderá ser diferente. Então vamos colocar os pontos nos “is” e seguir adiante. Afinal. A tarde era linda. Isso é a única verdade que existe por aqui.
Acordamos por volta das sete horas da manhã. Sem sono. É esse tempo não ajuda mesmo. Contrapondo a frase de cima. Tava abafado. Parece que vai chover. Não chove. Isso só piora as coisas. E o barulho da chuva que não existe a me seduzir a caminhar pouco mais pelo campo de algodão, admirando os vitrais coloridos da capela. Que isso. Quanta viagem. Intolerância. É só mais um texto. Mais um de meus textos que perdem a corrida antes mesmo da largada.
Então que seja: Era uma vez. Afinal. Foram tantas. Fizemos compras e assistimos a um filme. O que menos importava ali era o tempo. Não me lembro bem as quantas andava tudo. Quanto ao campo de algodão. A sei lá. Deve ser pelo brilho que existia nos olhos.
E o vento foi conduzindo o dia. Não precisamos de regras. Mas licença poética também não é o caso. Fomos humanos. Mais humanos que pudéssemos ser. E erramos.
Anoiteceu.
Sei que não podemos lutar contra o tempo. Acho melhor deixar ele de lado e não pensar. Afinal. Acho que nunca estivemos separados. Mas de fato você pra lá. Eu. Há alguns passos à esquerda. Porque esquerda? Sei lá. Para de me encher vai. Precisava escrever algo. Não sei muito bem o porquê. Mas está ai. É isso ai e vai seguindo adiante.
A música fala de milagre. Essa que estou ouvindo agora. A verdade é que não podemos viver sem um grande amor. Os olhos. Quanto me faz falta. O cheiro deles. A essência. Pensei. Mas não disse. Afinal. Chega de conversar com as paredes. São também mais quase quatrocentos quilômetros. Apesar de estar aqui tão junto de mim.
Vou até a venda da esquina comprar uma dúzia de novos sonhos. Que esses sejam mais fortes que os outros e sobreviva a nós mesmos. Quanta força contrária a isso tudo. Prometemos lutar. E isso foi tudo.
Não existe mais soluço. As lágrimas secaram quando vi tudo virando. Ele já dobrava a esquina. A retina fotografando tudo. Mentira. O que ele queria naquele momento é que passasse.
Não passou.
Calmo ai. Já estou quase terminando. Na verdade nem sei o que estou dizendo por aqui. O dia pode ainda não ter amanhecido. Restam as lembranças das fotos mal tiradas. Gente. Como é difícil reconhecer. Olho pro espelho. “Por onde andarás Stefen Fry?”
E assim arranco um sorriso meio que de lado. Amarelo.
É. Acabou o assunto.

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