Dessa vez não estávamos ali parados sem nenhum propósito. Haviam coisas a serem resgatadas. A troca de sonhos. Uma conversa ou outra pra ser respeitada e os sentidos voltariam a florescer. E pela segunda vez interrompo as vozes da minha consciência. Atravanco os sentimentos e os jogo de lado. Jogamos. E conseguimos olhar um nos olhos do outro. Aquela tamanha cumplicidade de volta. “O sórdido é só nosso.” Embora ainda acredite que haja dor. Mas não. Que sejam apenas coisas leves. Essa minha metade que me entende. Uso meias palavras e o discurso oferecido sempre me mostram um novo caminho a seguir. Ou o mesmo. De uma forma mais simples. A busca insaciável pela fonte. E a água escorria sobre os pés. Aquela luz amarela não me lembra infância. Tampouco tenho a sensação de já ter vivido aquilo. Novo. Muito sadio e pleno. Decisões. Muitas delas foram tomadas. Seguidas pela razão. E porque coração. Desse já nem me lembro mais que existe. Alguém sempre o rouba da gente. Não é mesmo? E você sabe que é. Adoro essa mistura de ângulos entre vários seguimentos. Uma montanha russa sem os trilhos que intercalam a falta que vai me fazer daqui a alguns dias. O que importa agora. É que olho para o lado e vejo o sorriso. Às vezes a voz sai mais mansa. Ou nem sai. Mas sei que aqui está. Meu. Por mais que existam tantos desencontros. Quero a mala bem grande. Que caiba cada pedacinho que espalhei de mim. E quando suas mãos percorrerem meu corpo. Que sejam tão pesadas quanto leves. Olho para o lado. Sorrio. Afinal tudo não se passava de epifanias. Apesar da realidade crua que me persegue. Fria. Mas são sonhos. E de tão grandes não cabem na palma da mão. É tudo confuso. Estar aqui e lá ao mesmo tempo. E ainda estar com você.
Caminho mais um pouco pela estrada de areia e enxergo o horizonte. Assim tão verde. Os olhos enchem de lágrima. E porque não essência. Alguns grãos de areia secam em meus olhos. Afinal fiz parte de tudo aquilo. E tudo ainda faz parte de mim. Por mais que eu ainda tente fugir. Voltando ao campo de algodão. Subi e desci dele por diversas vezes, procurando aquela florzinha que não sei o nome. Aquela que se sopra e faz um pedido. Ou vários deles. Tudo correu como precisávamos que acontecesse. Mas o encanto quebrou quando escutei o som da taça ao cair pelo chão. Espalhando todo aquele líquido rosado que continha. Manchando o tapete persa que ficava ao lado da cabeceira onde guardava todos os sentidos e emoções. Por hoje, será assim. O amanhã trará uma nova taça. E o que o dia recomece para os primeiros raios de sol iluminar a estrada por onde o arco-íris deve passar.
Caminho mais um pouco pela estrada de areia e enxergo o horizonte. Assim tão verde. Os olhos enchem de lágrima. E porque não essência. Alguns grãos de areia secam em meus olhos. Afinal fiz parte de tudo aquilo. E tudo ainda faz parte de mim. Por mais que eu ainda tente fugir. Voltando ao campo de algodão. Subi e desci dele por diversas vezes, procurando aquela florzinha que não sei o nome. Aquela que se sopra e faz um pedido. Ou vários deles. Tudo correu como precisávamos que acontecesse. Mas o encanto quebrou quando escutei o som da taça ao cair pelo chão. Espalhando todo aquele líquido rosado que continha. Manchando o tapete persa que ficava ao lado da cabeceira onde guardava todos os sentidos e emoções. Por hoje, será assim. O amanhã trará uma nova taça. E o que o dia recomece para os primeiros raios de sol iluminar a estrada por onde o arco-íris deve passar.
"Dessa vez não estávamos ali parados sem nenhum propósito. Haviam coisas a serem resgatadas."
ResponderExcluirÉ o não permitir que se perca.
"Atravanco os sentimentos e os jogo de lado. Jogamos. E conseguimos olhar um nos olhos do outro." Sem medo.
"A busca insaciável pela fonte. E a água escorria sobre os pés." Sim. Escorria. A sentíamos. Fria. Pura. Transparente. Jorrava. Mas põe as venda nos olhos. Que é pra não ter dor. Que é pra não ter a ousadia de ir buscá-la. De ir bebê-la. Tão arriscado. Tanta a água. Tão bela a fonte, que poderia nos afogar. Nos engolir. Por um momento fazer feliz. A sede. Saciada. O rosto lavado com a pureza da água. O sol refletindo vida no céu. A terra encharcada. O sorriso franco e natural deixaria resplandecer brilho nos olhos. Mas ah.... Seria tão breve momento. Seria arriscar a vida daquela fonte. O impacto dos pés pisando sua base. Sua terra. Seu solo. Irreversível talvez. Melhor assim. Que fique a sede...
"E porque coração. Desse já nem me lembro mais que existe. Alguém sempre o rouba da gente. Não é mesmo? E você sabe que é." Sim. Eu sei... Eu sei, meu anjo.
"Uma montanha russa sem os trilhos que intercalam a falta que vai me fazer daqui a alguns dias." Assombra. Falta o ar. E a dama. Debocha. Mas e se eu estender a mão a ela? Se eu disser. A luz. No fim do túnel. Ele volta no próximo verão.
"E quando suas mãos percorrerem meu corpo. Que sejam tão pesadas quanto leves." Que tragam a paz. Ao menos ao outro. A prova maior. O amor.
"É tudo confuso. Estar aqui e lá ao mesmo tempo. E ainda estar com você." Sempre. E aquela canção que diz. Aonde quer que vá, eu estarei também. Seja você quem for, eu te conheço muito bem. Isso faz bem. Pra mim. Pra vida. Meu.
"E tudo ainda faz parte de mim. Por mais que eu ainda tente fugir."
...
"Tudo correu como precisávamos que acontecesse." Precisávamos.
"Mas o encanto quebrou quando escutei o som da taça ao cair pelo chão." ...
“Não te tocar, não pedir um abraço, não pedir ajuda, não dizer que estou ferido, que quase morri, não dizer nada, fechar os olhos, ouvir o barulho do mar, fingindo dormir, que tudo está bem, os hematomas no plexo solar, o coração rasgado, tudo bem.”
O que realmente importa é que os olhos se olhem. É que não tenham medo. É que os corações não se julguem. Metades. Amigos. Ponto. Ele volta. Sei que volta. No próximo verão ele volta. teamo.
A dor... o coração...
ResponderExcluircombinação perfeita!
Sempre nos falta ar.. sempre ficarão manchas pelo caminho. Já não conseguimos mais evitar.