quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Car wheels on a gravel road


Estava ele, naquele banco, repleto de verde, não nos bancos. O verde, afirma-se concretamente na presença da lua, sem atentar a poesia que lhes cabe. Cabisbaixo, passivo de se arrancar um sorriso ou outro, ou ainda, o desalento. 
Eram reais, talvez da forma em que se despiam os olhos. De como ele o despia com os olhos, pra ser mais exato. Preso entre as descobertas interrompidas e o sorriso esguio, em que se sente vontade de beijar. Apertou-o contra o peito de forma a ostentar-se ali. E por ali permaneceu. Talvez amanhã, quem sabe? De repente, da forma como se começou, termine.
Fechou, ou fecharam os olhos, pouco tempo depois, pra sentir, o que talvez gostassem que fosse uma constante.
Sentia um misto entre dor e sobriedade. Ouvia os gritos de seu corpo, que embora, permanecia em silêncio. Aquilo que antes era leveza tornou-se pesado demais pra desvendar por aqueles lábios, cujo sorriso sobressaia-se, indiscutivelmente.
Esquivou-se pouco mais a fim de disfarçar o atrito entre seus dentes. Aumentou o som, como de costume, na espera de um pouco mais de silêncio. Forjava-se de delírios por distrair-se pouco mais sobre o vago que o tempo lhe causara. Era saudade antecipada ou apenas delírios do que haveria por estar.
Despiu-se do resto que lhe cabia na palma das mãos. Tentativa brusca de arrancar com as unhas, o exato perfeito em que ousaram naqueles instantes. Sentiu vontade de entrar naquele corpo, de forma a habitá-lo completamente. Cessou as lágrimas que não, não desceram.

4 comentários:

  1. "Preso entre as descobertas interrompidas e o sorriso esguio, em que se sente vontade de beijar." Simplesmente perfeito!

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  2. Muito bacana, Gabriel!Ponha tambem no facebook para os que nao tem costume de acessar o blog...

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